ULTIMATO AO "AMIGO"

Amigo.

Será que você é realmente meu amigo?

Por que você quer me impor seus valores?

Você acha que o que é importante para você também é para mim?

Não, não venha com essa conversa de família, querer o melhor para família.

Isso tudo que você diz é balela. Uma hipocrisia do caralho!

Você pensa de verdade é em você mesmo. Você é um grande mesquinho.

E não há nada que eu despreze tanto quanto alguém mesquinho.

Há também a questão de que o abismo, o precipício entre você e eu cada dia é mais profundo.

Não consigo estabelecer qualquer diálogo que seja contigo.

Você sempre a falar sobre a direção hidráulica do seu carro, da superioridade dele sobre o Celta do teu sogro, da sua vontade escamoteada de ter uma Tucson.

Amigo, na boa, vai se fuder! Você e todas as suas coisas!

Quando falo alguma coisa mais elaborada contigo você falta dormir.

E depois que você foi promovido no teu trabalho piorou muito.

Se seus valores já eram equivocados e não deliberadamente escolhidos antes, hoje você simplesmente incorporou todas as qualidades mais sórdidas e a lógica mais radical dentro do capitalismo selvagem.

Você, a despeito de tudo o que tem, vive insatisfeito, tudo para você está sempre ruim, você não se agrada com nada. Olhar para o seu semblante é como contemplar uma pessoa que carrega um enorme fardo.

O seu up-grade salarial e na carreira o fez um calhorda.

Estou muito próximo de vomitá-lo.

Você como pessoa, ao contrário da vida profissional, está em franca decadência.

E por favor, não queira impor seus valores como se eles fossem o “correto” o “certo”. Falar em “correto” em “certo” é uma coisa muito perigosa.

Quem se auto-intitula o “certo” o “correto” não pode deixar de soar ridículo e extremamente pretensioso.

Não pense que a roupa que cabe no seu corpo caberá no corpo de todos.

Deixe de ser idiota.

Frederico Guilherme
Enviado por Frederico Guilherme em 22/12/2009
Código do texto: T1991345
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