Mim, Assim e eu
(eu, tu e assim...)
*
(A) Tu, [1º Ato]
Chegaste a escrever para sentir a minha presença e companhia, mas nunca chegaste a desenvolver essa companhia com o que te preenche: as tuas preocupações?
Sugiro fazermos amor com as palavras, tu procuras carinhos? Acabamos seguindo nossos caminhos, é justo.
Quando assim é, é justo.
O que é que gostaria de saber, o que propunha fazer? Entregar às palavras o desejo, como um corpo. Falar do corpo e do desejo, satisfazer-te, como um beijo... Excitar-me sem precisar citar, recitando ao escrever o mesmo prazer renovado, de novo.
Beijos,
F
Li(n)do,
É justo... Nunca te leio à justa, nunca sei ao certo o que queres dizer. Se tudo é certo, tudo é qualquer coisa. Como vez?, contento-me com pouca coisa.
Fazer contigo amor por palavras e ir para a cama com outro? Prefiro a cama, por muito li(n)das que sejam as palavras.
Beijos,
Mim
Linda,
O que te preenche é ir para a cama com outro? Não posso ser outro? Sim, não posso ser o outro. Ser "outro" seria ser o mesmo com quem vais para a cama, seria heterónimo dele. Razão mais que suficiente para eu ser heterónimo, mas não te chega...
Beijos,
F
Chegam-me as tuas palavras e procuro o poeta que escreveu:
In_congruências
I
Ideias
lidas lindas
as palavras dão
até os nossos sonhos
quando há falas
podendo das fadas
ouvir o canto de sereias!
II
Ilusões
iludido ilumino
o caminho do dizer
para poder estar contigo
atravessando a escuridão
onde me perco
quando me encontro sozinho
III
Intimidade
intima idade
a que me trazes
sem saber que a dás?
sabendo tudo
mesmo nada sabendo
o saber muda a nossa fala!
Assim
Mim
*
Corta!
Carta sem título:
Imagino queiras saber o que estou a pensar neste momento, principalmente tendo em conta que me estás a ler, na verdade porque te estou a escrever. Por outro lado também imagino o que estás a pensar, há pois aqui um duplo imaginar e qualquer outro que me leia poderá tentar ler-nos, o que levará este processo, imaginar, até ao infinito.
Por hoje nem vou entrar no lero lero, deixo a imaginação sem imagens, estilo visor de televisor: lê-me no écran a pensar nisto, Sim?
Beijos,
F
(eu, tu e assim...)
*
(A) Tu, [1º Ato]
Chegaste a escrever para sentir a minha presença e companhia, mas nunca chegaste a desenvolver essa companhia com o que te preenche: as tuas preocupações?
Sugiro fazermos amor com as palavras, tu procuras carinhos? Acabamos seguindo nossos caminhos, é justo.
Quando assim é, é justo.
O que é que gostaria de saber, o que propunha fazer? Entregar às palavras o desejo, como um corpo. Falar do corpo e do desejo, satisfazer-te, como um beijo... Excitar-me sem precisar citar, recitando ao escrever o mesmo prazer renovado, de novo.
Beijos,
F
Li(n)do,
É justo... Nunca te leio à justa, nunca sei ao certo o que queres dizer. Se tudo é certo, tudo é qualquer coisa. Como vez?, contento-me com pouca coisa.
Fazer contigo amor por palavras e ir para a cama com outro? Prefiro a cama, por muito li(n)das que sejam as palavras.
Beijos,
Mim
Linda,
O que te preenche é ir para a cama com outro? Não posso ser outro? Sim, não posso ser o outro. Ser "outro" seria ser o mesmo com quem vais para a cama, seria heterónimo dele. Razão mais que suficiente para eu ser heterónimo, mas não te chega...
Beijos,
F
Chegam-me as tuas palavras e procuro o poeta que escreveu:
In_congruências
I
Ideias
lidas lindas
as palavras dão
até os nossos sonhos
quando há falas
podendo das fadas
ouvir o canto de sereias!
II
Ilusões
iludido ilumino
o caminho do dizer
para poder estar contigo
atravessando a escuridão
onde me perco
quando me encontro sozinho
III
Intimidade
intima idade
a que me trazes
sem saber que a dás?
sabendo tudo
mesmo nada sabendo
o saber muda a nossa fala!
Assim
Mim
*
Corta!
Carta sem título:
Imagino queiras saber o que estou a pensar neste momento, principalmente tendo em conta que me estás a ler, na verdade porque te estou a escrever. Por outro lado também imagino o que estás a pensar, há pois aqui um duplo imaginar e qualquer outro que me leia poderá tentar ler-nos, o que levará este processo, imaginar, até ao infinito.
Por hoje nem vou entrar no lero lero, deixo a imaginação sem imagens, estilo visor de televisor: lê-me no écran a pensar nisto, Sim?
Beijos,
F