Despedida
Hoje o sol não apareceu, os pássaros negaram-se a cantar e o céu está manchado de cinza.
Parece ser um aviso, uma premunição de lgo ruim que está por vir.
Derrepente um ofuscar no olhar, um nó na garganta e um aperto dentro do peito. Meus ouvidos recusam-se a aceitar a triste e dilacerante notícia. Sinto um rasgar impiedoso no coração.
O espasmo, a dor, a inconformação, a ira, a tristeza, a dor e enfim... a ESCURIDÃO!
Estou perdida em mim. Amarrada as lembranças dos bons momentos do passado.
Me deparo com a imagem de um livro e vejo-me como se meu corpo fosse o próprio. Uma capa rígida, repleta de cores e por dentro um mundo a ser descoberto.
É possível perceber que algo está errado, nove páginas de mim foram arrancadas e três delas em especial.
Páginas essas que farão uma enorme falta. Quantas outras posso perceber estão enebuladas, manchadas e também rasgadas.
Um turbilhão de sentimentos... são as feridas da despedida, os amargores da partida indesejada.
Deus não esua relógio, ele mesmo marca a hora e ao que me parece esse tempo nos faz crer que ele está adiantado demais.
Não cabe a nós julgá-lo, achar correto ou errado. Devemos apenas lembrar-nos dos bons momentos e cultivar na mente que tudo acontece com um propósito.
Encha seu coração de conforto, tenha certeza que as pessoas só nos deixam quando decididamente permitimo-nos nos esquecer de quem amamos. Faça melhor, evite recordar de momentos de dor. pague da memória os dias ruins e o instante de perda.
Agarre-se aos finos fios de FÉ que lhe restam e tenho certeza que econtrará neles e naqueles que ficaram um motivo a mais para prosseguir.
Nada acontece por obra do acaso, até mesmo as folhas as árvores caem para que haja uma nova vida.
(Em memória as vítimas do acidente -Chapada Diamantina, 03 de dezembro, BR 242, entre o ônibus da Novo Horizonte e da carreta que transportava milho. Em especial para Jarbas -nosso querido Jarbinhas, Arnilson e Zé Miranda).