AO MEU SENHOR
Obs:
Em vão tenho procurado alguma informação ou livros de Myrtes Mathias. Já que´pretendo escrever uma pequena biografia sobre essa que, ao lado de Gióia Junior e de Mário Barreto França é destacado nome na poesia Cristã. Se algum colega ou leitor puder me ajudar nesta tarefa serei muito grato.
Como amostra do seu trabalho, deixo aqui, esta poética carta.
Deus da minha alma, que Te vejam a Ti
em cada verso que escrevo.
Que eu possa fazer com sinceridade
a oração do Batista às margens do Jordão:
"Que tu cresças e eu diminua."
Não Te importes que eu sofra,
mas não me dês jamais a sensação
de ser algo mais que um instrumento teu.
Que o leitor exclame: "Louvado seja Deus!"
Esta frase tão símples, tão antiga,
repetida por mil lábios humildes
e tão linda para o meu coração!
É como um "Deus lhe pague",
que tem o poder de fazer-me participante
das coisas tuas.
Sabes?
Quando alguém me diz "Deus lhe pague",
fico certa de que me vais dar alguma coisa:
Uma flor, um ráio de sol, um sorriso.
É bem possível que fiques a sorrir, pensando:
-Lá vai a pequenina, certa de que as palavras
que ouviu a fizeram encontrarr a flor que criei,
o ráio de sol que fiz atravessar a nuvem,
O sorriso que fiz nascer no rosto de alguém.
Vês?
Comecei, preocupada, com medo do orgulho,
e eis-me aqui de joelhos a terminar este poema
que já virou carta,
toda ela escrita numa linguagem de criança
que só um amigo de verdade pode entender.
Ainda bem que "sabes todas as coisas,
Tu sabes que eu Te amo"
e que foi por amar-te que escrevi assim.