Me dê um motivo
Fizeste parte de um mundo que não existia.
E foi o motivo para um momento de ilusão.
Foi motivo pra meus esquecimentos
Mas também foi o motivo para que eu lembrasse
Que tenho obrigações.
Foi motivo para que uma tempestade caísse em meu copo d'água
e me transbordasse pra longe de tudo.
Já foi motivo para que quisesse ver meu rosto mais colorido no espelho...
só pra deixar o gosto do meu batom nos teus lábios.
Mas também foi motivo para que eu me arrastasse como uma morta viva
e não quisesse nem levantar da minha cama
pra não ver o sol
e nem admirar as flores de ipê amarelo que caem aos teus pés pela manhã.
Esta é a cor do meu motivo para querer acordar de certos pesadelos:
entre paredes de pedras cinzentas
o amarelo das florzinhas
e o azul claro dos teus olhos a me desejar um bom dia.
Como não vais ser motivo de tantas coisas,
se ao chamar meu nome diminutivamente (Esta palavra existe? Que diferença faz...? Não preciso de palavras, preciso é de ti...)
faz de mim uma menininha que quer teu colo?
Me dê um motivo;
apenas um motivo
para não te querer tanto, tanto...