DUAS E QUINZE

Duas horas da manhã. Que eu seja minha melhor companhia neste momento. Já é domingo e isso me causa arrepios de novo. Sinto-me como um grão de areia que o vento leva e passa sem que ninguém perceba. Repito-me. Refaço minhas poesias. Pego velhos rascunhos da minha alma que ficaram dentro de uma gaveta escura. Estou presa dentro de mim mesma. Alma e coração perdidos. Amor não se pede. Ternura não se cobra. Gestos... Palavras são efêmeras e perdem-se no vazio do tempo. Solidão: veneno. Amor contabilizado. Débito de felicidade. Estamos quites quando meu coração se parte em dois e cada metade sai por aí, a procurar pelo meu direito de ser a mulher que sou. Duas horas e quinze minutos.Que apenas eu me entenda e me traduza por enquanto. E um outro domingo me espera pra ser feliz.