Alma (des)esperada
Hoje tive um dia atípico... mesmo atolado nos meus afazeres mais rotineiros, presenciei o surgir de um novo momento. Até então eu estive tão frio, tão insensível... não pude ver onde estava. Mas sucumbiu-se a displiscência. Finalmente uma nova consciência.
Derramei minhas lágrimas e com elas pariram-se tantos de mim... tornei-me ciente de minha solidão. Ainda imagina que estava num retirar-se repentino e passageiro, mas hoje me vi em meio a esse grande centro e lembrei que ninguém espera por mim... que não sou mais o filho esperado, que não sou o namorado esperado, o amigo esperado, o homem esperado... sou criatura que desespera, intempera e reintera o isolamento da alma.
Chorei... e lembrei de Alguém cuja companhia resistiu... às minhas tentativas de escape, aos meus impulsos, às minhas ilusões... DEUS. Obrigado Senhor! Agora quero a calma de saber que tal solidão não existe... e que ver-se só não é exatamente estar sozinho. Por isso, (des)espero que outros me forgem a saída, me soltem num cosmo de expectativas e, como um barco à deriva, eu fique na órbita dos meus sonhos e desista enfim de me acompanhar.