Ultimas palavras para Camila

Escrevi esta carta por que eu sei que não conseguiria falar isso diretamente, ou talvez por achar que seria melhor assim.

Falar sobre o que sinto para uma pessoa é absurdamente difícil para mim. Não consigo falar, mas ainda consigo escrever. Dizer que eu te amava foi uma das coisas mais difíceis que já fiz. Não porque não fosse verdade, mas por que eu tinha jurado para mim mesmo nunca mais fazê-lo. Nunca mais me confessar apaixonado por ninguém. Na minha ânsia de fazer você se sentir mais segura, atropelei todas as minhas convicções. Eu sabia que no momento em que falasse isso eu te perderia, por que apesar de ouvir repetidamente que você me amava eu sempre soube que isto não era verdade. Você nunca me amou, só estava confusa e insegura. Nós jogamos, foi divertido, te entretive por algum tempo, mas foi só isso e eu só lamento. Eu não te procurei. Você simplesmente apareceu, conversamos, e então percebi que não queria que aquela conversa acabasse. Queria gastar todas as minhas noites lendo o que você escrevia, ouvindo sua voz no telefone, imaginando como você estava vestida. Tentei negar para mim mesmo o que eu sentia, acreditei em você mesmo quando sabia que você estava mentindo. Tudo o que eu tenho agora é este sentimento bruto no meu peito, por que você eu nunca tive. Só alguns pedaços, alguns suspiros e alguns beijos que não eram pra mim. Pergunto-me por que não sinto raiva. Talvez por que eu soubesse que você é incapaz de ser sincera quando está acuada, e de alguma forma eu te acuei, te fiz pensar se o que você tem é o que você quer para sua vida.

Espero que você tenha escolhido o certo, e que não se arrependa.

Se você não se importa, não conversaremos mais e estas foram as ultimas palavras que você teve de mim.

Rômulo

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 12/11/2009
Código do texto: T1918880
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