Confessei...
Não foi nas linhas duras de um papel, eu confessei nas linhas imaginárias da internet, refleti e confessei, traduzi em poucas palavras a ternura guardada.
Gritei desse amor que cercava meu coração, sentimento bom, triste, alegre, confuso em si, mas não em mim. Crepitava no meu peito chamado amor, e ainda crepita, porém não tinha ele qualquer contato com o mundo exterior.
Os olhos dela ainda não o tocavam, era flor escondida, beleza não revelada, perfume não sentido. Apenas eu sentia, via, guardava e não podia compartilhar de toda essência. Enfim as cortinas se levantaram e pude declamar toda poesia inspirada em meu coração.
Minha carta escrevi ali mesmo, enquanto o céu se cobria de estrelas e tracejava ao longe alguma esperança de chuva. Em algum lugar chovia, e eu sentia a terra molhada tocar meus sentidos. Sentia a brisa fresca tocando minha face. Escrevi, num instante desabrochei para ser visto, escrevi, confessei...
Ah! Não foi como eu sonhei, sabia ser apenas um sonho, mas fiquei feliz porque acordei quando ele chegou ao fim. Como se o beijo tivesse se realizado, no único lugar que poderia se concretizar: nos meus sonhos. E pude abraçar bem forte meu travesseiro, enfim, senti a sensação de ser por um breve instante observado.
Confessei de meus temores e minha paixão. Rasguei os versos antigos e mostrei o sentimento colhido na hora, dos jardins do coração, na fronteira da alma com o espírito. Flutuei e toquei as nuvens, deleitei-me nessa viagem surreal, assim como todo sentimento vivido.
Confessar? Confessei! Sonhar? Sonhei! Prossegui no limite e então libertei o peso que carregava se foi, e no lugar me foi dado asas, enfim o voo foi mais longo do que imaginava.
Pode um homem encontrar a felicidade se ao menos a ter tocado? Sim, embora distante, olhos fechados, respiração ofegante, coração acelerado, atravessando linhas imaginárias, bytes enviados e recebidos e mesmo assim carregaram o que sentia.
Eu vi além do que sonhava, conheci uma rosa mais linda do que aquela que guardava comigo.
Ela é mais linda porque não é minha única amiga íntima, é livre, pensa, sonha, desenha, escreve e ninguém a plantou para que ela nascesse, então pequena e bela cresceu sem ninguém para limitar seu espaço e tinha todo um jardim onde pode florescer naturalmente, no seu tempo, sem ninguém perceber e quando a vi me apaixonei.
Admirei cada detalhe, enquanto falavas, apenas me continha para explosão de sentimentos não ecoar mais forte do que eu conseguia segurar. As lagrimas não contive, derramei sobre o teclado toda avalanche de sensações vividas. Num dia apenas descobri um pedacinho submerso do iceberg, teu nome continua. Porém compreendi, apenas confessei para poder viajar em meus sonhos sem carregar o peso de jamais ter falado.
Foi bom te conhecer mais um pouco, conhecendo você conheci a mim, assim pude mensurar a distância...entendi alguns enigmas do meu coração, guardei outros para abrir mais tarde...
Sinto um carinho que se dilata até o luz do Sol resplandecer, enquanto isso guardo a Lua para não sentir falta das estrelas...