LUTO
Venho sobreamente declarar o período de LUTO mais prolongado que, provavelmente, passei até hoje.
É complicado guardar a morte de uma pessoa que não se foi. Que na realidade está ali, ao alcance de suas mãos, braços e pernas...
Mas esta pessoa não deve ser aquela mesma que um dia me amou. Então, mais que logicamente, eu não deveria ama-la também.
Nao deveria.
Me sinto usada, jogada, mal tratada por ela.
O homem que um dia me prometeu seu amor eterno, que tinha um olhar inconfundível, apaixonado, hoje parece estar perdido, com olhar confuso, aqui, ao meu lado.
O que vejo é um ser humano perdido.
Mas cansei de tentar resgatar o que nem mesmo ele quer.
O ser humano, a pessoa...
Tão confuso entre nomes de mulheres, posturas, e torpedos escondidos à sete chaves, trancado em sua casamata para se proteger da vida, ele segue, atracado ao celular... Escondendo os nomes que eu já quase que sei de cor.
O que não entendo é a dissimulação. Provavelmente não quer mesmo me perder. Insegurança.
Mas tenho fé. Acredito em Deus e sei que esta fase ruim passará.
Ele, na casamata.
Eu, de LUTO.
Um dia nos entenderemos... Sem nenhuma interferência de fora. Novamente.
Amo demais.