LUTO

Venho sobreamente declarar o período de LUTO mais prolongado que, provavelmente, passei até hoje.

É complicado guardar a morte de uma pessoa que não se foi. Que na realidade está ali, ao alcance de suas mãos, braços e pernas...

Mas esta pessoa não deve ser aquela mesma que um dia me amou. Então, mais que logicamente, eu não deveria ama-la também.

Nao deveria.

Me sinto usada, jogada, mal tratada por ela.

O homem que um dia me prometeu seu amor eterno, que tinha um olhar inconfundível, apaixonado, hoje parece estar perdido, com olhar confuso, aqui, ao meu lado.

O que vejo é um ser humano perdido.

Mas cansei de tentar resgatar o que nem mesmo ele quer.

O ser humano, a pessoa...

Tão confuso entre nomes de mulheres, posturas, e torpedos escondidos à sete chaves, trancado em sua casamata para se proteger da vida, ele segue, atracado ao celular... Escondendo os nomes que eu já quase que sei de cor.

O que não entendo é a dissimulação. Provavelmente não quer mesmo me perder. Insegurança.

Mas tenho fé. Acredito em Deus e sei que esta fase ruim passará.

Ele, na casamata.

Eu, de LUTO.

Um dia nos entenderemos... Sem nenhuma interferência de fora. Novamente.

Amo demais.

KARLA SKARINE
Enviado por KARLA SKARINE em 02/11/2009
Código do texto: T1900984
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