SOU EU...

Olhando um galho seco, a rodar pelas águas do rio, identifiquei-me com ele...

Aquele galho ora flutuava, ora redemoinhava e se afundava...

Sou eu!

Vai deslizando pela imensidão das águas, quão sorte se as águas estiverem serenas.

E se estiverem revoltas? Pobre galho!

Sou eu!

Afunda debate e retorce e se aflora novamente à flor da água!

O rio de repente em uma cachoeira deságua. E galho seco?

Sou eu!

Tropeça, roda, bate, salta nas pedras...

Desgasta, machuca e saí até lasca esse galho seco!

Sou eu!

Lá vai flutuando, onde vai parar numa praia tranqüila?Quem sabe?

Ou ficará num enrosco ao barranco do rio? Aquele galho seco...

Sou eu!

Num aguapé verde e cheio de vida se encostou, não pode ficar!

As águas levaram-no novamente, é apenas um galho seco vai ali estorvar...

Sou eu!

Como é triste ser um galho seco nas águas do rio a rodar...

Ninguém imagina o sofrimento que crava em sua madeira...

Sou eu!

Um galho seco a rodar é o mesmo de um coração sem amar!

Um coração que não ama, por não mais acreditar... É um galho seco!

Sou eu!

Deixa o galho seco a rodar... Ninguém vai apanhar...

Assim deixa meu coração sem amar... Ninguém quer entrar...

Sou eu! Galho seco triste a rodar!

Sou eu! Um coração sozinho sem amar...

KHASSANDRA GREEN
Enviado por KHASSANDRA GREEN em 07/07/2006
Reeditado em 15/07/2006
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