MINHA DOCE E SUBLIME CRIANÇA

Há dias uma pequena saudade bate em meu coração. Às vezes me pego viajando, num tempo não muito distante, mas que tem o espaço de uma eternidade. Fico imaginando como poderia ter sido, como seria beijá-la todos os dias, acordar ao seu lado, conversar, trocar idéias, falar de amenidades, discutir problemas diários....

É claro que iríamos ser como todos os casais. Iríamos discutir, aceitar, acordar, desacordar, ficar chateado um com o outro, magoarmo-nos, mas, quando retornássemos, acho que iria ser gostoso, com muito tesão, com muito carinho, com um fogo e uma paixão imensa. Penso...

Não somos diferentes e sei que nem temos a pretensão de sê-lo. Mas como não tivemos a oportunidade de vivenciar esta união, podemos “enganar” nossos sentimentos, com o alimento de que: Teríamos sido imensamente felizes. Por que, não?

O sonho é meu, a esperança é minha, a história e o desejo de ter vivido, estará sempre em meu coração.

Às vezes, em minhas viagens, deixo-me levar pelas brumas do tempo, e me emociono ao me ver envolvido nesta névoa de saudade, e deixo a imaginação correr solta, e permito ao meu coração cantar as glórias da vida, num hino cheio de amor. Neste momento sinto em meus lábios o toque dos seus, e sinto em meu corpo todo o frêmito da paz, que seu corpo me traz.

Será que poderia ter-te amado mais do que minha própria vida? Será que poderia ter-te feito feliz? Será que nossas sombras, em dias de sol, sempre estariam juntas, que nossas lágrimas correriam em uníssono em nossas faces, será que nossos lábios sempre iriam se tocar com a mesma paixão? Será?

Para mim, o importante não é responder esses tantos serás, mas sim, acreditar que todos eles poderiam ter sido realizados, numa sempre e maravilhosa simbiose de paixão com amizade, de amor com ternura, de paz com respeito.

O engraçado de tudo isto é que vivemos em um mesmo mundo – de paixão, saudade e recordações – e nunca procuramos um ao outro. Talvez o respeito, a sinceridade para com nossos pares, a dignidade de nossas almas, não nos permitiu, mas o Eros que habita nossos corações – pelo menos no meu – sempre me lembrou você, sempre – conforme suas palavras – lembrou-nos, um ao outro.

Vivemos um sonho de felicidade, de amor, de desejos. Jamais maculados, pois foram sonhos distantes, jamais conspurcados, pois não tiveram a oportunidade de sê-los. Que pena, pois preferiria todas as máculas do mundo e todas as conspurcações existentes, pelo menos teria tido a felicidade de tê-la tocado, amado, sentido, beijado, e sentido o gozo no prazer divinal do amor feito contigo.

Bem, doce criança, é isto que penso no meu dia-a-dia. É claro que se deixasse eu escreveria um compêndio, pois sou um apaixonado pelo escrever – apesar de não sabê-lo, como gostaria - mas não quero te cansar com uma leitura, talvez para você, inócua e desprovida de sentimentalidade. Mas meu coração ditou-me isto, e tive um imenso prazer em escrever.

Bem já que você reclamou que escrevo pouco, espero que não reclames de ter lido tanto.

Para encerrar mando a poesia que fiz, pensando em você.

Com muito carinho e milhões de beijos.

Eu

Adolfo Turbay
Enviado por Adolfo Turbay em 29/10/2009
Código do texto: T1894374
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