DIFERENÇA DE SERES
Ontem quando nós conversamos, eu saí muito triste de perto de você. Percebi que tentava te modificar, fazer você pensar como eu. Até que em um certo momento, uma palavra que me disse, fez brilhar algo dentro de mim, daí percebi o quanto eu estava errado. Decidi então mudar.
Eu vou amar as pessoas do jeito que elas são. Cada um tem seu jeito, seu estilo, sua vontade. Eu gosto do verde e do azul, e tenho muitos amigos que gostam do amarelo e do vermelho. Outros tantos devem gostar do verde e do vermelho e outros mais ainda do azul e do amarelo. Isto sem falar naqueles que gostam do preto, rosa, cinza. As pessoas são assim. Nós somos assim. É o nosso jeito de ser. De estar. De viver. De amar. E nem devemos tentar mudar, seja quem for. Ninguém muda ninguém. Nós só mudamos quando queremos, quando sentimos a necessidade de mudar. Mas isto é uma coisa nossa, é um desejo nosso, e faz parte da nossa personalidade.
Tem gente que adora acordar cedo, mesmo que não tenha nada para fazer. Outros gostam de ficar na cama até tarde, sentem-se bem, mesmo que tenham algum compromisso, o ato de ficar até mais tarde na cama dá a eles uma satisfação interior e faz do seu dia um dia maravilhoso.
E você pode pensar: E a responsabilidade dessas pessoas? Eu te pergunto: E o que é responsabilidade?
Para os hindus, ser responsável é respeitar as vacas, permitindo que elas trafeguem por onde queiram, sujando o chão, atrapalhando o trânsito. Para os chineses responsabilidade é seguir a risca os programas do governo, sem questionar. Para os esquimós a responsabilidade se resume em permitir que o visitante durma com sua esposa. Por tanto, não as julguem. Cada um tem a sua própria responsabilidade. É inerente no ser.
Por isso, eu vou amar as pessoas como elas são. Com seus defeitos e suas virtudes, com seus acertos e seus erros, e vou respeitá-las, e vou aceitá-las.
Penso, agora, que se eu tiver que amar alguém que se pareça comigo, que tenha meus sonhos, meus desejos, meu jeito, vai ser muito chato, pois estarei amando a mim mesmo, uma réplica, um sósia, um papel carbono. Seria como falar comigo mesmo diante do espelho. Argh! Que chatice.
O bom são as diferenças, para que haja as trocas de conhecimentos, experiências, vivências. Para que possamos falar de nossos medos, de nossas esperanças, desejos, sonhos, anseios. Percebermos a miscigenação dos seres, a evolução cultural, a educação de cada um, e assim podermos chegar a seguinte conclusão: Como é bom viver neste mundo tão desigual.