PREFÁCIO
Hoje quando acordei, um turbilhão de sentimentos circulavam em meu ser, mais parecia a agitação contínua de minha corrente sanguínea, não sabia como controlar aquele furor de sensações, corroia corpo e alma, rompia as barreiras do inconsciente e duvidava das teorias da Psicanálise Freudiana.
Já cansada de não suportar tamanha tempestade de insólitos pensamentos, parei, respirei uma, duas, três, mil vezes, tem horas que não adianta contar o quanto respiramos, porque só aumenta o compasso das sensações estranhas. Decidi então mudar o ritmo, aquilo tudo deveria ser ultrajado do meu ser de alguma forma, não poderiam ficar no recôndito da minha alma, pois aos poucos poderiam causar uma ferrugem corrosiva e acabaria definhando.
A solução seria, portanto, deixar ganhar forma o que dantes só era sopro, descobrir que eram palavras que borbulhavam em meu espírito e que precisavam de quaisquer maneira, serem expelidas para o mundo sensível, material. Tais vocábulos já não suportavam o mundo das idéias, seguiam aos poucos a filosofia de Platão.
Em questão de segundos, torrenciais chuvas lexicais bailavam em uma toalha alva, e como correnteza, formavam sílabas, frases, orações, sentenças.........e aos poucos ganhavam a forma desejada, ao passo que tranqüilizava o ser pensante, antes conturbado pelo teor ébrio contraditório. Era isso, essas palavras precisavam torna-se vivas para que se pudesse morrer a angústia voraz que como cupins traçavam retas dilacerantes.
Enfim... Pronto ficou o que já estava feito!
( Sílvia Gabriella Leite )