CARTA Á GIDIA ( NUNCA DOU FLORES SIMPLESMENTE )
Gidia:
Sobre as flores que enviei tenho a dizer que “não dou flores, simplesmente: entrego meu néctar.
Dispo-me entregando-me colorido. Jamais darei flores como alguém que dá um utilitário qualquer.
Darei flores, imponentemente, com meu arquivo de carinho. Darei um beijo suave: beija-flor a retirar, suavemente, o néctar, batendo as asas freneticamente em frenesi. Ah, não darei flores, simplesmente, como não dou meus poemas: dou parte de mim, a essência que não consigo transmitir. Isso o que dou, parte de meu ser, errante, sábio, feliz ou inquieto. Mas, tenha certeza, estou sempre dando um pedaço de mim. Nunca dou flores, simplesmente".