Até onde for
Amor, meu amor...
Nunca mais quero vê-lo,
nem ouvir sua voz,
menos ainda tocá-lo.
Não quero notícias muito claras sobre você.
Nem é porque você jogou tudo num lugar qualquer,
é que jamais conseguirei ser eu outra vez para você.
Não posso olhar dentro dos seus olhos,
porque você verá quantos frutos nasceram
da semente que me deu.
Nunca mais tocarei seu corpo porque, se o fizesse,
não seria eu; seria a personagem.
Nunca mais você escutará meu riso de criança,
porque aquele, aquele que escutou, morreu para você.
Jamais vou superar sua inutilidade.
Suas amargas brincadeiras que me fizeram chorar
e não havia motivo para você fazê-las.
Te pedi nada.
Nada esperava...
E quando você me deu de brinde,
um papel de figurante,
no medíocre espetáculo teatral no qual você vive,
então você foi longe demais.
Você foi longe demais!