O QUE LHE DESEJO
Aquele amor tão lindo, vindo com balões, foguetes, quadrilha, numa festa de São João, despediu-se friamente, mais frio que as noites juninas. Morreu sem foguete, sem luar, sem bilhete... Não quero chorar um amor perdido. Não é do meu feitio. Foi bom enquanto durou, enquanto alimentou a menina tímida e a incentivou a amar e ser amada. “Você foi o meu amor primeiro”. Com você muito aprendi e jamais vou esquecer. Todavia, você não estava preparado para receber amor tão puro, tão sincero como lhe dediquei. Com certeza, queria viajar por outros terrenos, colher outras flores, sentir outros perfumes. Se alguma pessoa amiga pedir que você lhe diga, se você me quer ou não – diga que você não me quer mais – que cansou das minhas criancices. Não precisa mentir dizendo que lamenta a separação. Somos jovens e logo encontraremos a metade da nossa maçã. Desejo-lhe que no próximo ano – nas festas de São João – o encontre, novamente, com um novo par na quadrilha. Pois, eu, anote isso, lá estarei com um novo amor, tão bonito e simpático quanto você; apenas uma diferença: ele, certamente, saberá valorizar mais, muito mais, o amor que vou lhe oferecer.
Sua amiga de sempre,
Virginia.