Outra vez, a tempestade
Por um tempo que se perdeu no tempo, a chuva forte que trazia o medo do som estardalhante dos trovões, o brilho ofuscante dos raios, o vendaval que provoca o pulsar desordenado do meu coração; não molhava mais o rosto do meu sentir tão sentido, porque os pingos da chuva foram ficando escassos com a ausência da sua presença, e o que era temporal (em mim) transformou-se numa suave neblina que, de muito leve e de forma atemporal, tocava o tempo do meu sentimento.
Mas, a imprecisão típica desse temporal, outra vez, confunde o tempo estável do que acalmava e acalantava a força do temporal de outrora.
Agora, há uma possibilidade de a chuva cair de novo... O vento sopra forte; da janela, vê-se o reluzir dos raios; ouve-se já o estouro dos trovões que, mesmo a certa distância, dá o sinal certo da sua presença...
O medo bate à porta, o coração acelera e segue o tal ritmo descompassado... Outra vez, a tempestade que o meu amor espera de você.