Perigosamente
Foram dias e horas,
Certamente muitas horas além do tempo previsto.
Não vi o sol e nem a lua.
Desacreditei enfim...
O que era aquilo senão superstição?
Foi no inverso que me permiti a grande conquista.
A impossibilidade de aquele acreditar desabou em liberdade.
E havia um tal silêncio em mim e ao meu redor!
Um silêncio absoluto, profundamente solene,
Um pouco perturbador naquele momento...
Não sei se há uma notícia, quanto mais se ela é feliz.
Se há alguma novidade, é a falta daquele torturante acreditar.
Para o tempo,
Para o instante,
Só a poesia não para;
Porque a poesia é a minha notícia
Em transe ou em plena segurança...
Assim, vou dando-lhe sinais de mim;
Um eu remoto que insiste em ser, resistente as intempéries...