Cartas à Dona Maria das Pátrias

Venho à olhares malgorentos, por ventura de coragem, burrice ou maus ventos. Venho à presenças vossas para que seja percebido o ódio, o rancor e mágoa. Para que seja visto o sangue e sentido o gosto da morte.

Venho à finos tecidos e doces farrapos, carregando estiada a bandeira da dor. Venho humilde e orgulhosa à humanidade, que de dúvida se fez a certeza da vida, que de ódio se fez o amor.

Humanidade que vem lá, humanidade que se foi e humanidade que está cá. Venho à vós em vosso reino, para que não seja feita vossa vontade. Assim na carne como na alma!