Do Amor sem hora de partida

Pequena,

Gripado mais uma vez, me pergunto quantas vezes ainda ficarei de cama esse ano, e olha que apenas começamos setembro! Não, não fazemos o perfil ‘Casal Saúde’, brincávamos desde muito antes – de um tempo que quase não me lembro, quando havia quase nada – que não estaríamos desavisados quanto a isto!

Mas concordamos que seríamos a primeira do plural na saúde e na doença, quando te pedi em casamento naquele shopping. Até escolhemos nossa casa – de portas vermelhas com telhado azul – perto da farmácia, onde teríamos um plano VIP e não careceríamos de cuidado, porque teremos um ao outro até o fim raiar, pequena.

Entendo hoje o receio de se entregar e fico feliz que não desistimos, frente aos desafios que se colocaram à nossa frente, todos esses meses que caminhamos juntos. Tenho medo hoje apenas de não concretizar os planos que pintamos para nós, que sonhamos juntos, que enxergamos no horizonte aquela tarde em que o sol se demorava no horizonte, se pondo no canto certo, quando me surpreendestes com tua chegada, saindo dentre os carros e, de fato, dentre os meus sorrisos.

É difícil pensar que o amanhã pode surgir e afastar de nós inclusive a essência que descobrimos ser nossa. Te esperei a vida toda, todinha! Achei que você iria demorar, e demorou. Mas eu me lembraria de ti, você seria a mulher e eu sempre me reinventaria para alcançar merecimento e harmonia. E assim foi!

A sutileza dos pequenos detalhes tornou a vida emocionante e é de ti que não me esquecerei. E assim preenchemos com lembranças os locais por onde passamos, de teus sorrisos dourei meus álbuns, de sonhos amaciei os meus travesseiros – e então sorri em paz. Sonhei com o dia em que não precisaria mais te ver partir e me despedir de ti, daquela que me fez forte. Ainda penso nisto em cada despedida, em cada ‘até mais’. Mal comecei a conhecer a vida, mas não quero conhecer a hora de partida, continuo a me apaixonar por ti todos os dias.

Eu talvez nem merecesse tanto. Bobagem, nós merecemos! Eu a amo, não há regras para isso, não há certeza sobre como surgiu, mas existe uma crença forte na vontade de não se extinguir. E isso me faz sorrir, mesmo sem saber o rumo que nossa história irá tomar. Em cada palavra ganhei um pouco de vida, por muito tempo ainda lembrarei de teu sorriso quando começa o dia e não esquecerei da forma que me fez sentir, pois, de teu amor, guardo o lírio branco mais bonito. Para lhe entregar uma vez mais, e mais outra e outra ainda!

Lucas Sidrim
Enviado por Lucas Sidrim em 03/09/2009
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