Da (A) ventura do Amor
Para uma Flor que vai casar...
“Olho para o céu
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós...”
Céu de Santo Amaro-Flávio Venturini /
Arranjo: Johann Sebastian Bach
Minha Flor
Imagino os dias que antecedem o GRANDE DIA... Sim porque partilhar uma vida com alguém é sempre um acontecimento, mais ainda na vida de nós mulheres, culturalmente românticas, intuitivas, sonhadoras, mas, sabe Flor, a grande aventura do amor se inicia bem antes.
Começa mesmo quando nos encantamos, quando percebemos o quanto AQUELA alma acrescenta a nossa, na caminhada por esta dimensão. Começa quando decidimos que vale a pena ser companheira de percurso, partilhar nossos sonhos e o que mais vier, com essa alma.
Sobre o amor, o poeta Affonso Romano de Sant’Anna fala que é um interminável aprendizado. Diz que amor às vezes coincide com a paixão, às vezes não. Que amor às vezes coincide com o desejo, às vezes não. Que amor às vezes coincide com o casamento, às vezes não. E que, mais complicado ainda: amor às vezes coincide com o amor, às vezes não.*
Cá entre nós, nada é acaso, coincidência. Nossas energias constroem afetos, encontros. Constroem nossa felicidade cotidiana e daqui Flor, enquanto te desejo toda a alegria e felicidade do mundo, lembro que o primeiro amor será sempre por nós mesmas. Lembro que para conviver é preciso olhos de ver, ouvidos de ouvir, coração aberto para entender e nada deve ser unilateral. Não há verdades acabadas e não há perfeição, porque imperfeitos somos.
E vale lembrar algo fundamental: não se contente com nada mais ou menos. Deseje e se empenhe mesmo por um amor Grande Hotel, um amor que, ao teu sorriso, te diga “Linda!”, mesmo que tenhas vivido um dia daqueles. Um amor que te aceite como és, que respeite a tua individualidade, que se orgulhe do que fazes e da tua postura diante da vida. Um amor, Florzinha, que permaneça segurando tua mão na hora da dor, da tristeza e mesmo na hora da briga.
É delírio sonhar, desejar um amor assim? Pois que seja! Queira sempre um amor que ponha mel em tua boca quando fale e te faça sonhar com estrelas quando olhe. Um amor que mesmo quando silencie, se ausente, ainda seja lembrança boa, saudade. Lute diuturnamente por um amor assim, Flor. Sei que felicidade é tarefa a ser construída por ambos, mas deve ser encarada como tarefa individual de quem se compromete com a realização de cada sonho.
Feliz vida nova, querida. Felizes sejam todos os teus dias e, na disposição para viver um amor em plenitude, que a tua alma e a dele jamais deixem de se encantar com a poesia da vida. Assim deve ser a aventura do amor e nenhuma mulher merece menos.
Abraços, minha Flor!
Da série CARTAS PARA UMA FLOR...
*Fragmento da crônica Amor - O Interminável Aprendizado Affonso Romano de Sant’Anna.