Ao acaso
Ao acaso
Olá,
Aqui, agora, o silêncio ecoa aos mais altos brados, que se faz necessário e iminente a chegada de minha querida musa, à noite.
Em contrapartida, os pássaros fazem arruaças se acomodando por entre as folhagens. As cores começam a empalidecer, aderindo à ausência da luz. É um típico entardecer na velha...
O céu lívido ostenta Vênus, que o brilho precede as piscantes estrelas. Tão solitário, assim como eu, nostálgico em meio a uma multidão de vidas que brilham, vociferando palavras surdas que não preenchem o vazio que há em mim. Odorizando aromas inolfativos à minha sensibilidade imune...
O meu espírito, fragilizado, busca retornar à fonte do "prazer divino", único, duradouro e verdadeiro, através de um projeto de evasão na natureza, por um contato direto com o "cosmo". Assim, do cativeiro em que me encontro exilado, virarei meu leme de rumo pra casa.
...Fim de Tarde...
...
- Vens ó musas! Dai-me inspiração a compor os mais dignos versos à dama que coroe meu coração...
No silêncio da noite, o calor da multidão de insetos, que vagueiam por entre as bétulas soma minha companhia. Oh! Lua onde está ela agora que outrora em meus braços adormecida ditava o esplendor de uma vida feliz? Ah! Não vês que o que me tem sobrado permeia entre a dor e a agonia? Eu um poeta sarcástico, me vejo enveredado em um labirinto de aventuras e desventuras, o amor, reclamando as feridas abertas em combate desprevenido.
- Então musas, atenderão meu clamor? Deem-me corcéis selados a cavalgar até as estrelas, assim trago-la inteira uma galáxia como mera prova do que sinto. Ela então saberá que dentre as mais belas ninfas, Eros a escolheste como detentora de minhas infindáveis cortesias.
...Fim de Noite...