Tempo de saudade e solidão.
Maceió, tempo de saudade e solidão, 26 de agosto de 2009.
Ah! você.
Que povoa meus sonhos. Porque você não espera? Porque tem que desfazer em brisa que a agitação do meu sonho movimenta?
Espera por mim, espera! É o que grito, mas o meu grito se perde na manhã, no dia e na noite.
Espera para que me digas ao ouvido, com minha mão entre as suas, que esse tempo irá passar e que eu estarei novamente nos teus braços, tão fortes que nem mesmo uma nova vida me fez esquecer, esquecendo de tudo e deixando que minha alma flutue, como fazia e já não faz.
É você, eu sei, quem faz com que esse meu coração selvagem se torne manso, se deixe acarinhar. Talvez porque você permita, e mesmo deseje, que ele percorra as colinas do mundo, sem fome e nem sede, apenas sentindo na boca o gosto forte da liberdade.
Ah! Você! Você que é o próprio sonho. Para onde você vai quando o sol insiste em me acordar e essa vida sem sentido me enrede de novo em suas correntes? Para onde você foge? Eu não sei! Só sei que sua ausência de deve ao seu medo terrível de me ver aprisionada.
Sei bem que você não suporta, e acho que por isso eu o perdoo todas as manhas da vida. Sei que você não tem resistência para ver minha boca clamando por liberdade!
Você que me presenteava com aldeias! Você que me foi tomado, que me foi roubado. Você de quem me separei chorando...é para o nosso bem - pensei eu, tão enganada - é para o teu bem - pensei para me consolar - é para o bem das aldeias - disseram-me.
Eu aceitei! Eu aceitei! Por que o fiz? Para passar rios e montes com a alma aferrada a esse caminho?
Toda noite rezo para que não se vá, apenas para ouvir, muito baixo, dos teus lábios onde minha boca já não vai: Adeus!