Ela ( a minha grande amiga Camila Zampier)
Ela gosta de chá, não entendo como consegue gostar, eu sempre achei que chá parece água suja com açúcar.
Ela adora açaí, eu também não conseguia entender isso, achava que açaí tinha gosto de lixo. Mas um belo dia de tanto comer do meu lado eu fiquei com vontade de provar e fez-se a desgraça: comecei a adorar açaí.
Resolveu parar de beber refrigerante.
Gosta muito de comer, come bastante. É aquele tipo: “magra de ruim”.
Ela vive perdendo as coisas dentro de casa e sempre coloca a culpa nos duendes.
Isso mesmo, ela acredita em duendes!
Quando era criança não tinha aquela “aproximação” com os pais, foi criada na infância pela avó. E essa avó ela amou de mais. Percebi isso nas pouquíssimas conversas que tivemos sobre o assunto.
A avó morreu e ela foi morar com a mãe.
Ao contrário do que aconteceria com muitos de nós ela não guarda nenhum ressentimento dos pais, muito pelo contrário, é admirável a dedicação e a preocupação que os dedica.
Eu costumo tirar sarro da sua época de “aborrecente” dizendo que ela era a “Mila Gatucha”, tipo uma “tchutchucona” do Funk.
De fato, ela tinha um grupo de lambaeróbica onde dançavam axé e funk.
Mas que "aborrecente" não passa por isso né?!
O legal da vida é que em cada fase conhecemos coisas novas, gente nova. Nos influenciamos por novos ares e comportamentos.
E com ela foi assim, de “Mila Gatucha” pra Camila Barbosa.
Fez um curso de preparação de jovens para o mercado de trabalho.
Durante o curso conheceu um homem de teatro.
Aquele tipo de homem que é tão seguro e apaixonado pelo que faz que encanta todos a sua volta.
Sim, esse homem a encantou e a ensinou muita coisa!
E nossa Camila Barbosa foi apresentada ao teatro.
Camila mudou bastante. Alguns comentavam essa mudança de modo pejorativo, eu não vejo desta forma, mutações fazem parte do ciclo. E a nossa menina está se tornando uma mulher de personalidade forte, linda e talentosíssima.
No teatro ela está virando um gigante, muito segura e dedicada. É uma felicidade vê-la atuando.
Dividimos diversas vezes o palco e ela é sempre minha melhor parceira.
É a única que lê perfeitamente os meus textos.
Muitas vezes parece um molequinho, tem dentro de sí uma criança viva e arteira.
É muito inteligente.
Sente muita falta de um alguém, de uma cara-metade.
Sente falta de alguém pra perguntar se ela quer café. Pra mandar mensagens bobas para o celular, pra ficar deitada debaixo das cobertas vendo filme e comendo pipoca, sente falta de alguém que ouça as músicas bregas junto com ela e que à faça escrever cartas.
Brincamos dizendo que ficaremos pra titia, velhas e em um boteco qualquer bebendo ou freqüentando bailes de 3ª idade.
Sabe amiguinha, acho de verdade que não. Que todos temos direito a um conto de fadas e que o nosso já está escrito, só não chegamos na página ainda.
Seu castelo já está construído, as flores já estão brotando e o príncipe já vai chegar no seu cavalo branco.
E o ciclo de mudanças continua...
Hoje Camila Barbosa virou Camila Zampier.
É uma trabalhadora normal, de segunda à sexta, assalariada.
O teatro anda melhor do que nunca, ela sabe que nasceu pra fazer isso!
A animação pra baladas diminuiu bastante.
A carência apertou.
O prazer pela leitura aumentou.
As amizades cresceram e ela também.
Ela vive dizendo que “queria saber...”
Pois então, saiba o quanto você é bonita e especial.
E saiba o quanto sou orgulhosa e grata por tê-la como amiga.