Do desenho, das vidas
Uma vez desenhei preto no branco a menina que eu queria para mim. Ela teria o cabelo longo, o sorriso no rosto, seguraria minha mão e sempre cantaria feliz.
Ela ainda não tinha nome, nem eu sabia onde ela morava. Então a conheci. Ela me mostrou cores, pintou o asfalto cinza dos meus dias. Os meus passos se tornaram mais leves - teu compasso me fez assim. Com as cores que antes eu não conhecia vejo hoje o dia nascer mais feliz.
Há mais poesia desde então e teu sorriso eu reconheci de longe, de um vento gostoso que tinha se insinuado por aqui. E agradeço por ter chegado até aqui - e quero que fique pra valer.
Uma vez eu desenhei a garota que me daria as mãos e caminharíamos juntos por todo canto - em um mesmo andar, por um mesmo sentimento, com a mesma canção estampada nos sorrisos. Uma vez eu desenhei, hoje prefiro a realidade.
Mas o teu sorriso eu guardei no peito, pintado com as tintas que tu me déstes, bem como o pincel e a simetria. E o meu sorriso você guarda contigo, aonde você for.