A um dolente pássaro

Dolente pássaro,

Se tu soubesses que nunca poder-te-ei

Provocar miasma,

Não afastarias dos meus olhos pequenas asas.

Debalde tento enxergar-te entre as flores.

Tu foges

Como se agrilhoar-lo o fosse eu,

Na gaiola da tristeza.

Não mais vejo laivo de tua alegria:

Contristados são teus dias;

Longos, como um ponteiro parado.

Ah se me desses apenas mais um sorriso, pássaro...

Certamente não seria eu tão tétrico

Ao chocar meus olhos com a magnânima natureza,

Que findará, como certo, meus dias.

Findar-nos-á, é certo, os dias...