PASSEIO A UBAJARA

Amiga Nice
Saudações.

Trabalhamos o ano inteiro, para conseguirmos a quantia necessária para este passeio, de término de curso e você não pode ir conosco.

Éramos jovens estudantes, com um número aproximadamente de cento e vinte alunos, entre os dois turnos, mas somente quarenta e dois alunos compareceram no dia.

A viagem foi bastante divertida, descontraída, cantamos o tempo todo, merendamos dentro do ônibus, oras recitando, oras contando piadas as mais variadas possíveis.

Ao chegarmos à Gruta de Ubajara, ficamos fascinadas com a beleza do local. A paisagem belíssima, frondosa, verdinha e contemplávamos até aonde a vista alcançava. A terra com enormes desníveis, formava crateras profundas e assustadoras, aguçava mais ainda nossa curiosidade e atenção.

Descemos num bondinho elétrico suspenso no ar. Com o impacto da baixura, vinha um zumbindo nos ouvidos. A gente ficava meio surda, olhando umas para as outras sem nada ouvir e entender e a emoção nos envolvia neste momento.

Lá em baixo numa gigantesca escavação natural, encontrava-se a Gruta, com várias salas, onde cada uma recebia um nome: sala das cortinas, sala das esculturas, etc. A Natureza vai moldando lindas esculturas, com o gotejamento das águas, e durante longos anos, com um trabalho pausado, caprichoso e modelado com tanta perfeição e beleza que a mão humana ou a engenharia seria incapaz de fazê-lo.

O piso era muito irregular, precisando de bastante equilíbrio, para que pudéssemos passar dum lugar para o outro. O Guia nos conduziu a lagoa azul, bem lá dentro, com suas águas tranqüilas, geladas e convidativas à um mergulho. Impossível para nosso contento.

Nunca mais nossa mente apagará àquela imagem gigantesca, perigosa, grandiosa, que a Natureza em seu infindável poder criou, para impressionar a fragilidade humana.

Carta de recordação.
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 09/06/2006
Reeditado em 29/07/2007
Código do texto: T172400
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