Impróprio (ou de ontem em diante)
"Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. " (Caio Fernando de Abreu)
o nome que eu trazia nas mãos eu joguei. fora nos mundos de lá no vento que não mais trará flores. e de ontem em diante não mais. teu corpo. teu colo e dor.
e se tinha nas mãos uma flor. eu joguei. como água pra matar essa sede.
e nos vultos tantos que a noite trará. não restará mais nada disso que me era só desamor.
teu nome. teu nome e tinta não posso mais. pintarei outros rios com essas cores mornas.
a água está fria e no colo da noite insone outros sorrisos serão.
e não haverá mais o silêncio que eras em mim.
ficou essa flor plantada no vazio do quarto.