CARTA DE AMOR
Dizer silencioso do sentimento
Ao mesmo tempo em que um sentimento de impotência invade o meu ser, do âmago de minha alma surge uma luz que supera toda e qualquer possibilidade de instalação de sentir que não seja alvissareiro, posto que o meu eu já encontra-se impregnado de um halo de felicidade.
Felicidade, embora que condicionada, mas prazerosa, talvez por remeter-me a lembranças juvenis de um tempo onde não havia lugar para angústia, nostalgia, solidão, medo, desalegria. Fosse eu um poeta, teria farta matéria para compor poesias, sonetos, canções mil, tamanho é o meu sentir. Sentimento vigoroso, jovial e belo. Talvez não tivesse razão quem disse que o tempo só serve para apagar o tempo. Não! Decididamente, não! O tempo me traz, com roupagem nova, e de forma bem sedimentada, este sentimento que outrora trilhou o meu adolescente estradar. Amores juvenis. Paixões abrasantes, sim. Talvez agora, de maneira mais concreta, amadurecida, enraizada, sem a efemeridade e inexperiência próprias da juventude. É sim! Não são lampejos ardentes, desvairados, não! É um bater forte de coração, porém conduzido pela razão; é um querer forte, mas consciente das diretrizes delineadas pelo código maior: a vida. É isso que estou a sentir.
Hoje, creio que assim me reparto: 70% felicidade; 20% surpresa (num misto a um sentimento de lisonja) e 10% é tristeza, dúvida, arredio, enfim...mas em suma, é muito bom. Você me despertou de um estado há muito adormecido. Sentimentos quase pueris a cada instante assaltam este meu coração amargurado, endurecido, mas que ainda traz a capacidade de mostrar a pluralidade de um existir alegre, repleto de esperanças e do primordial sentido do ser: o AMOR. Amor! Amor jorra, derrama, transborda. Como em mim multiplicam-se as células amorosas! Como! Como que em breves dias; em tão exíguo tempo, tal semente esquecida como em sólido árido do sertão e, com apenas uma chuva brota, de forma exuberante e bela. Até lasciva, diria o poeta. Você! Você a causa de tudo isso. A causa desse ressurgir do quase não-vida. Você a Fênix ditosa. Você a rejuvenescedora da vida até então esmaecida, sem cor. Vida quase que apagada pela própria vida.
Como você é forte! Como gostaria de te homenagear com palavras, mas as palavras são muito poucas, pequenas e insignificantes. Frágeis, indizíveis, vulneráveis e voláteis.
Talvez, se pintor genial eu fosse, soubesse retratar tua fortaleza em um belo quadro; mas pintor eu não sou! Talvez, se poeta fosse, conseguisse retratar-te com verbos, adjetivos, substantivos. Não substantivos abstratos ou comuns! Não! Teriam de ser substantivos de uma nova categoria: substantivos poéticos ou especiais, mas, infelizmente, não existem tais categorias. O que existe é você, como princesa, como musa, como causadora deste terremoto que está acontecendo dentro do meu ser. O que existe é você, como fenômeno natural; maremoto, a causar tsunames num frágil coração: o meu! (duro, mas frágil e quebradiço). Do teu tamanho, para te comparar, só o silêncio que em mim me cala mas que, paradoxalmente, me faz escutar as coisas e grita. As coisas que são ditas, silenciosa e nitidamente para mim. E foi justo num desses meditares que escutei algo transcendente que me fazia calar e convencer. Dizia a voz do silêncio:
- Meu amigo, você está amando.
Dizer silencioso do sentimento
Ao mesmo tempo em que um sentimento de impotência invade o meu ser, do âmago de minha alma surge uma luz que supera toda e qualquer possibilidade de instalação de sentir que não seja alvissareiro, posto que o meu eu já encontra-se impregnado de um halo de felicidade.
Felicidade, embora que condicionada, mas prazerosa, talvez por remeter-me a lembranças juvenis de um tempo onde não havia lugar para angústia, nostalgia, solidão, medo, desalegria. Fosse eu um poeta, teria farta matéria para compor poesias, sonetos, canções mil, tamanho é o meu sentir. Sentimento vigoroso, jovial e belo. Talvez não tivesse razão quem disse que o tempo só serve para apagar o tempo. Não! Decididamente, não! O tempo me traz, com roupagem nova, e de forma bem sedimentada, este sentimento que outrora trilhou o meu adolescente estradar. Amores juvenis. Paixões abrasantes, sim. Talvez agora, de maneira mais concreta, amadurecida, enraizada, sem a efemeridade e inexperiência próprias da juventude. É sim! Não são lampejos ardentes, desvairados, não! É um bater forte de coração, porém conduzido pela razão; é um querer forte, mas consciente das diretrizes delineadas pelo código maior: a vida. É isso que estou a sentir.
Hoje, creio que assim me reparto: 70% felicidade; 20% surpresa (num misto a um sentimento de lisonja) e 10% é tristeza, dúvida, arredio, enfim...mas em suma, é muito bom. Você me despertou de um estado há muito adormecido. Sentimentos quase pueris a cada instante assaltam este meu coração amargurado, endurecido, mas que ainda traz a capacidade de mostrar a pluralidade de um existir alegre, repleto de esperanças e do primordial sentido do ser: o AMOR. Amor! Amor jorra, derrama, transborda. Como em mim multiplicam-se as células amorosas! Como! Como que em breves dias; em tão exíguo tempo, tal semente esquecida como em sólido árido do sertão e, com apenas uma chuva brota, de forma exuberante e bela. Até lasciva, diria o poeta. Você! Você a causa de tudo isso. A causa desse ressurgir do quase não-vida. Você a Fênix ditosa. Você a rejuvenescedora da vida até então esmaecida, sem cor. Vida quase que apagada pela própria vida.
Como você é forte! Como gostaria de te homenagear com palavras, mas as palavras são muito poucas, pequenas e insignificantes. Frágeis, indizíveis, vulneráveis e voláteis.
Talvez, se pintor genial eu fosse, soubesse retratar tua fortaleza em um belo quadro; mas pintor eu não sou! Talvez, se poeta fosse, conseguisse retratar-te com verbos, adjetivos, substantivos. Não substantivos abstratos ou comuns! Não! Teriam de ser substantivos de uma nova categoria: substantivos poéticos ou especiais, mas, infelizmente, não existem tais categorias. O que existe é você, como princesa, como musa, como causadora deste terremoto que está acontecendo dentro do meu ser. O que existe é você, como fenômeno natural; maremoto, a causar tsunames num frágil coração: o meu! (duro, mas frágil e quebradiço). Do teu tamanho, para te comparar, só o silêncio que em mim me cala mas que, paradoxalmente, me faz escutar as coisas e grita. As coisas que são ditas, silenciosa e nitidamente para mim. E foi justo num desses meditares que escutei algo transcendente que me fazia calar e convencer. Dizia a voz do silêncio:
- Meu amigo, você está amando.