PALAVRAS NO DIVÃ
A esquina das Ruas Purpurina e Harmonia, ao contrário da leveza dos nomes, trouxe a inquietação. Saio de nossa conversa repleta de perguntas. Eu sei. Não posso reclamar. Ando sempre tão interessada nelas. E o destino pode ser bastante literal com certos desejos.
Enquanto caminho em direção ao carro, tuas intervenções voltam à minha lembrança. Meu pensamento era um amontoado de linhas pontilhadas até aquele instante.
Minha respiração ainda é curta.
Pareço empanturrada de mim.
Mais uma vez, penso no que disse e de repente, o elo perdido se encaixa.
E as primeiras palavras de um novo alfabeto ocupam as lacunas de um lugar pouco arejado.
Vislumbro meus passos e descubro uma estranha liberdade.
Talvez, tivesse fechado a porta entreaberta, mas você estava ali, apontando a fresta iluminada. Restava abrir e entrar. Olhar para dentro do meu silêncio.
(Há quanto tempo não me ouvia!)
E agora não importa tanto entender o que perdi ou o que sobrou entre meus cacos.
Recrio a mim como uma roteirista às voltas com o primeiro argumento. Um esboço em contornos frágeis. A idéia se enlaça à palavra numa base móvel. O terreno não é firme e ainda oscilo para um lado ou outro.
Lembro uma trapezista sem rede, sem nome nem rédeas.
E enfim, respiro profundamente: algo fez sentido em mim...
Tuas palavras trouxeram oxigênio ao meu fôlego.
Há algumas escolhas que me orgulho de ter feito. Você já me ouviu declarar algumas vezes, em sentido literal, que é o analista da minha vida.
Faltava escrever. Está aí!
P.S.: Freud (ainda) explica!
(*) Imagem: Google
http://www.dolcevita.prosaeverso.net
A esquina das Ruas Purpurina e Harmonia, ao contrário da leveza dos nomes, trouxe a inquietação. Saio de nossa conversa repleta de perguntas. Eu sei. Não posso reclamar. Ando sempre tão interessada nelas. E o destino pode ser bastante literal com certos desejos.
Enquanto caminho em direção ao carro, tuas intervenções voltam à minha lembrança. Meu pensamento era um amontoado de linhas pontilhadas até aquele instante.
Minha respiração ainda é curta.
Pareço empanturrada de mim.
Mais uma vez, penso no que disse e de repente, o elo perdido se encaixa.
E as primeiras palavras de um novo alfabeto ocupam as lacunas de um lugar pouco arejado.
Vislumbro meus passos e descubro uma estranha liberdade.
Talvez, tivesse fechado a porta entreaberta, mas você estava ali, apontando a fresta iluminada. Restava abrir e entrar. Olhar para dentro do meu silêncio.
(Há quanto tempo não me ouvia!)
E agora não importa tanto entender o que perdi ou o que sobrou entre meus cacos.
Recrio a mim como uma roteirista às voltas com o primeiro argumento. Um esboço em contornos frágeis. A idéia se enlaça à palavra numa base móvel. O terreno não é firme e ainda oscilo para um lado ou outro.
Lembro uma trapezista sem rede, sem nome nem rédeas.
E enfim, respiro profundamente: algo fez sentido em mim...
Tuas palavras trouxeram oxigênio ao meu fôlego.
Há algumas escolhas que me orgulho de ter feito. Você já me ouviu declarar algumas vezes, em sentido literal, que é o analista da minha vida.
Faltava escrever. Está aí!
P.S.: Freud (ainda) explica!
(*) Imagem: Google
http://www.dolcevita.prosaeverso.net