raro

e por vezes há todo um dia. há um tempo grande gasto na tarefa de apenas ser. construir a leveza das horas, o retrato do tempo. a humanidade toda comprimida nos segundos e segundos são distâncias exatas. apenas. e castelos e folhas e roupas arrumadas não são firmes o bastante pra sobreviver às não-palavras. porque o silêncio ainda se suporta. mas a não-palavra dói. e descontruir todo o trabalho de um dia. a vida inteira num instante e agora um fragmento. por tão pouco... por tão pouco foi possível ser incólume. como se o dia tivesse brilho e sol. e tinha. e quanta água será preciso? e quanta água agora? até a vida se tornar líquida.

Dani Santos
Enviado por Dani Santos em 20/07/2009
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