Desilusão de amor

Querido diário,

Brasil, julho de 2009.

Nesta noite morre em mim a ilusão do amor, a dúvida de ser amada. Estou desiludida completamente do amor.

O ser humano vive de ilusões e quando elas morrem, morremos também. Como pode viver um coração diante de: “talvez eu tenha sido amada”?! Minha vida me escapa por entre os dedos, e estou sem chances de ter do amor dele um simples talvez.

Indago-me como fui tão louca de crer que o teria comigo. Algumas perguntas viajam em nossa mente muito embora saibamos que jamais terão resposta. Talvez tenha sido a distância que nos envolve; quem sabe não foi minha forma impulsiva de agir; ou ele deve arder de paixão por outra. Como saber por que não o tive? Eu até o penso nos braços de outra. Mas o ciúme não mora em meus olhos. Ele somente habita moradas que tenham um talvez de amor. Eu não teve nada. Não houve dias nublados de incertezas de amor. Não houve a dor de pensar horas torturantes – se ele viesse me ver.

Sou agora uma mulher sem fé. As estrelas perderam o tom da poesia e a lua nunca me pareceu mais sem luz que neste instante. Sinto-me um ser derrotado. Todavia, não quero pensar que desperdicei minhas palavras. Eu as amei. Delirei de paixão quando as disse a ele.

Somente não sou uma mulher que tenha pensamentos positivos acerca do amor. Acredito sim, que os seres morrem um pouco quando se desiludem. Sou uma sombra do que fui. Desconfio até que existi.

Eu esperei demais do amor. E a desilusão me chegou.

Deste coração desiludido.

dona T
Enviado por dona T em 05/07/2009
Reeditado em 05/07/2009
Código do texto: T1684028
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