PACTO COM O INVERNO...
Saudações, poesia:
Toda vez que a tarde cai fria, a caneta me escorrega pelas letras...rumo ao desconhecido.
Há um cinza no horizonte, como se a natureza estivesse a hibernar, a se esconder do frio que paira inexorável pelo tempo,sob a neblina que o sufoca.
Da janela, eu vejo um asfalto coberto de folhas várias, de formas e cores diferentes, traduzindo-me que os caminhos nunca são iguais, mas os destinos às vezes se dão as mãos.
Cada uma daquelas folhas parecem me dizer de algo que ficou para trás, e seu farfalhar é só mais um adeus que se perde pelo vento, cujo eco se espalha sem resposta alguma.
Então, sinto o inverno na alma, e qual o seu calor, poesia, eu também queimo numa lareira de sonhos, a estalar meus gravetos de saudade.
Assim é meu pacto de inverno.
Tansmuto-me igualmente numa tarde cinza que esvaece em letras mudas...
nas entrelinhas dos meus versos.
Um brinde à tarde que pactua comigo!