Saudade
Brasil, 27 de junho de 2009.
Amor,
Quis não te escrever. Juro-te! Prometi a mim mesma um doce, aquele sorvete de goiaba que tanto gosto. E nada! Então, arrisquei não falar na palavra saudade, mas meu coração me traiu.
O vazio tomou, assim, conta da minha alma sem a tua presença; sem nossos momentos à noite. Minha cabeça virou um redemoinho de palavras ditas por nós. Ah, quantas vezes eu disse que te amo quando aninhei meu rosto ao teu? Recordas de meus olhos namorando nos teus? Eles viviam felizes. No momento, abrigo um medo de não voltar a ti ver; de não respirar das tuas emoções quando meu corpo te chamar na noite deserta.
Ah, meu eterno amor! Minhas horas são lentas quando não estás junto a mim. E meu coração sofre sem sentir o teu junto dele. Cada sorriso que deste, vive em meu olhar. São eles que ainda preenchem um pouco meus dias. Teus carinhos, que extasiavam minha pele , moram em meus sonhos continuamente. Aflitos, neste instante, meus braços envolvem meu corpo para não cair na solidão que me restou de nosso amor.
Como o amor é tão contrário a si mesmo; meu íntimo sorri, às vezes. Vê: sou uma mulher que vive iluminada de uma esperança. Não posso deixá-la morrer. Isso seria contrário à minha forma de amar. Ao menos isso ainda tenho: o direito de sonhar contigo. Meu amor é maior que essa saudade! E sei que não se pode medir o amor! Como mensurar a beleza de uma flor que nasce? Ou do voo livre de um beija-flor? Quem conta as infinitas vezes que disse ao mesmo amor: Eu te amo?
No entanto, dói pensar que as flores murcham ao fim da tarde!... É um tormento conhecer o regador e não dizer a ele que as sementes germinaram e necessitam de cuidados. E enlaçar os olhos numa árvore frondosa é tão belo! Sorrir quando a luz penetra em seus galhos é um canto de amor!
Não deixes meu amor ser um sofrimento! Não recuses meu presente. O futuro nos convida... vem! Meu amor não pode viver longe de ti! E sei que não queres viver sem mim...
Desta flor que te ama.