meu doce
Tornou-se cicatriz. E, de forma leve e forte, vem, mais uma vez.
O sangramento parou, a ferida fechou. Virou e olhou para mim, para desabrochar mais uma vez. Sinto-me no céu, e sei que logo estarei no inferno novamente, como tantas outras vezes com suas palavras, meu doce. Amor.
Senti vontade de viver e morrer por ti.
Menti meus atos, menti minhas frases, brinquei com corações, assim como você fez com o meu. Nada ganhei, mas nada além vai ganhar.
Tens meu amor, escondido, guardado, fechado, para nunca mais aparecer... O amor puro: foi o que senti.
Por você, meu doce. Amor.
Qual o motivo para me fazer derramar tantas lágrimas?
E motivo de estar presente em mim? Não o aceito mais, nunca mais!
Com toda a força do meu amor, quero perdê-lo, todo esse sentimento vão, que gastei por ti.
Suas mãos, em meu rosto, um dia foram como algodão, hoje, lembro-me com a dor, com espinhos em minha face.
Absintina, bebo, me entorpece. Calmo, e forte, dá-me náuseas, após e sempre.
Meu doce. Amor...
Ávido desejo meu. És o que quero, és o que sinto, faz bem, machuca, depois...
Levanta-te! Mostra tua face!
Queima meu amor, meu doce. Amor.
Padece de minh'alma, sai de meu coração, desaparece sobre mim.
As rosas que um dia recebi, com minha vontade de viver, desabrocharam. Hoje, negras e secas, com uma alma de carquilhas escuras, tu és o orifício da lembrança.
Meu doce amor...
Trago-lhe flores mortas
Abúlica vontade.