VOCÊ
Desculpa, mas vou sair agora contando os passos, pois sei que agora eu te perdi, quantas rosas lhe joguei, quantas cartas te mandei quantas coisas te fiz, só agora que vi que perdi. Mas saio agora com a cabeça erguida sabendo que fui um guerreiro, entrei na guerra pelo seu amor, pois você havia me dito que para ter seu amor eu precisaria lutar, fui pra guerra estava vencendo, mas logo pisei em falso no chão e senti a maior queda já vivida, o bom... O bom é que não fugi a batalha pelo seu amor, apenas perdi, e estou voltando ferido para casa como um soldado volta pra sua, isso quando não morre na batalha, pareço ver as marcas dos passos ansiosos que dei pra ir pra tal guerra, preparado para trazer você comigo, vejo ali no jardim o espaço vazio das rosas que um dia eu colhi para jogar para você e logo ali ao chão os espinhos... Espinhos que tirei para não machucar suas suaves mãos, espinhos que eu colhi da rosa que plantei, e como colhi esses espinhos... Agora vejo que como a rosa precisa do espinho e eu a feri tirando seus espinhos, algo parece tirar de mim umas das coisas mais importantes, uma coisa que eu plantei no lado esquerdo do meu peito e reguei com minhas lagrimas sejam elas de sofrimento ou de alegria, uma coisa que foi crescendo e tomando grande parte de mim, mas eu nunca pensei que aquilo que a vi nascer,desabrochar fosse partir assim e levar toda minha felicidade, agora choro e escrevo mais uma carta que nem se quer chegará em suas mãos, mas deixarei aqui, para quem um dia você possa ler e se você estiver em meu coração que me aches ainda com vida caso não estejas mais aqui é que não suportei a dor de ver você partir e parti pra mais longe ainda, sem ironia sem nenhum outro tipo de exagero posso morrer por você mesmo que a era “romastista” tenha acabado, não se sinta culpada quando ao ler meu atestado de óbito e estiver escrito assim “Causa da morte: VOCÊ.”