Amor, findei.

Amor, findei.

Houve um tempo que te esperei além de mim, além de ti, além das horas, dos dias, dos anos, da vida.

Houve um tempo que te aguardei em vão. E, em vão, guardei pra ti, uma espuma de lágrimas, quase uma bruma. E, em vão desenrrosquei pra ti uma escama, alva, alva...

Em vão, sempre em vão, e, agora só um vão me consome, e, nele me afogo junto com todo o meu desespero. Nesse vão, onde me encontro, me ignoro em minha solidão anunciada, sofrida, única e intransferível. Nele, aceito a dor do desamor, que quase foi amor, aceito meu riso, pronto para sair, mas, sai só um pranto. Aceito a morte em vida, pois sem ti , o sentido acabou.

Levarei comigo, meus sonhos que já foram teus, meus olhos que um dia foram tuas estrelas, minhas maõs que sábiamente descobriam todos os cantos e recantos de teu corpo, levarei meus cabelos, onde afundavas teus dedos num emaranhar de fios e prazeres, levarei meu coração que abandonastes numa beira qualquer de tua vida.

Restará para ti, uma saudade eterna, amarga, doedora, e, talvez até, queiras voltar e dizer: espera. Em vão...Em vão falarás, porque não mais te escutarei, só então, entenderás que nosso tempo passou, findou...FINDEI