O Jardim do Farol
Ainda lembras daquele jardim,
Onde nós dois plantamos as sementes?
Talvez ainda esteja lá,
Com todo o seu verde, suas cores...
Há quem dele hoje extraia novos perfumes,
E naquela mesma sombra, em baixo do Eucalipto,
Muitos ainda estejam se encontrando,
Imaginando talvez um novo paraíso...
Quando colhíamos flores ao cair da tarde,
Sobre o céu, as andorinhas alegravam o silêncio da brisa...
E as nuvens grisalhas realçavam a paisagem,
Como detalhes expressos numa folha de papel...
O sol que ligeiramente se escondia,
Dava sutileza aos novos tons acinzentados...
Ao longe, avistávamos o oceano,
Que carinhosamente, acolhia os barcos com suas velas brancas...
Muitos dos nossos amigos neles se despediam,
Rumando para ilhas distantes, maternas...
Sobre as águas de um azul turquesa,
Que nos enchia os olhos...
Que alegria, ao ver aquelas crianças,
A correrem sobre os verdes tapetes crescidos...
Suas roupas branquinhas, educadas,
Complementavam a doçura dos seus movimentos...
E aquele Farol ao longe que nos iluminava?
Parecia atravessar as nuvens...
Lembra das ovelhas?
Rebanhos inteiros nos acompanhavam...
Talvez voltemos lá um dia,
E abracemos de vez toda essa beleza...
Educando os nossos olhos ainda imperfeitos,
E falando alto aos nossos corações...