Meu Deconhecido Filhinho

É hoje, com a solidão do meu quarto e com o som de minha cama, que não existe mais, foi que aprendi a sentir sua ausência.

Sinto falta dos seus pezinhos batendo em meu peito, e suas mão acariciando o meu rosto, os seus choros nas noites que mais preciso dormir.

Meu desconhecido filhinho, queria tanto conhecê-lo, tê-lo em meus braços, acariciar seu rosto, me derreter em seu sorriso e divertir em suas primeiras brincadeiras.Sentir seu cheiro seria como sentir a essência da vida que me fortaleceria a cada segundo de minha existência.

Meu querido filhinho, perdoa-me por não poder tê-lo salvado, por ser fraco abandonando-o no momento e lugar que mais precisou de um Pai. Que foi no ventre de sua mãe, que por sua vez foi mais fraca ainda, tirando a coisa que mais tínhamos de importante: sua vida.Choro em silêncio meu filho, sabendo que em silêncio alguém tirou seu direito de viver, sem você mesmo poder se defender ou mesmo saber por que.

Seu erro foi encontrar duas pessoas desnaturadas, que não pensavam em nada, a não ser em si mesmas.Que se julgavam jovens experientes e não passavam de dois miseráveis inconsequentes.

Meu filho, se errei, por este erro estou pagando. Até nestas entrelinhas, minhas lágrimas estão rolando. Estou aqui só nesta terra fria, chorando por ti e sua mãe, que também já se foi, talvez mais uma vez por minha culpa.

Meu filhinho desconhecido, não sei se com direito, mas lhe peço, meu anjinho:

_ Perdoa-nos os por nossos erros. E mais um pedido: ao contrário de sua mãe, meu anjo, cuide dela aonde ela estiver.

Perdoa-me

Ass.: Seu Pai

leo poeta
Enviado por leo poeta em 09/06/2009
Código do texto: T1640703
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