SAUDADE
Trancar o dedo numa porta dói, bater o queixo no chão dói, um tapa um soco doem. Dói bater a cabeça, morder a língua, cólica e dor de dente.
Mas o que mais dói é a saudade...
Saudade de um irmão que mora longe, de um filho que estuda fora, do pai que morreu, do gatinho que fugiu e do amigo imaginário que você nunca viu!
Saudade de uma cidade, da melhor amiga que te abandonou no fim do ano, saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa; doem essas saudades todas, mais a saudade que mais dói...
É a saudade de quem ama!
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos e abraços calorosos. Saudade da presença. Você podia ficar em uma sala e ele na outra, mais sabiam que estavam lá, ele podia ligar e você não atender, mais podia retornar, podia ficar o dia sem vê-la mais quem sabe amanhã?
Saudade é basicamente não saber...
Não saber se ela continua tímida, se ele ainda é brincalhão, se ela ainda chora com finais felizes, se ele ainda usa o mesmo perfume, se ela está na faculdade, se ele começou a fumar e está morando sozinho, se ela amadureceu ou cortou o cabelo. Saudade é não saber mesmo.
não saber o que fazer com os dias que ficaram mais longos, não saber como frear as lágrimas diante da solidão e como vencer a dor do vazio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer, não querer saber se ele está feliz e perguntar aos amigos por isso.
SAUDADE é nunca mais saber de quem se ama e doer a cada dia mais.
É não saber se ele te ama, mais saber que ele existe.
SAUDADE é isso que senti enquanto escrevia... e o que provavelmente você está sentindo agora.