Ao meu pai

Meu pai, sei que você não pode ler o que escrevo agora, pois "dorme profundamente"... mas saiba que o amo muito, e um dia talvez a gente se veja de novo, e te darei um grande abraço...

Senti falta de sua proteção, seus conselhos, seu amor, sua preocupação... Você foi vítima do mundo, e dos defeitos próprios do ser humano, pois era alcóolatra... não sei se isto é genético ou não, e o outro filho teu, meu irmão, também é alcóolatra, somente eu mesmo não fiquei... Sei que a vida é triste muitas vezes, e a gente busca consolo numa coisa que não traz consolo... busca esquecer dos problemas, mas nesta busca às vezes encontramos um beco sem saída... Meu pai, você foi embora com 38 anos apenas, e viveu somente uma infância, por assim dizer, pois com cem anos ainda não aprendemos quase nada neste mundo... Aprendi muito do seu amor por mim, e o que você mostrou para mim de carinho, eu tento transmitir também ao meu filho, e a todas as pessoas amigas... Seu amor contribuiu muito para eu ter um coração sensível, e espero que você seja um dos que viverão felizes para todo o sempre... talvez não vá precisar buscar ajuda onde não é ajuda verdadeira, isto é, buscar nas bebidas esquecer de tudo... pois a vida pode ser ótima e temos forças para vencer os vícios... todos temos forças e somos ajudados e incentivados... Quem sou eu para aconselhá-lo? Só espero ser uma ajuda para o que der e vier... eu amo você, mesmo tendo ido embora há tanto tempo... nunca me esqueço de tudo o que fez por mim, pois comprava brinquedos caros, mesmo tendo pouquíssimo dinheiro... é como aquela viúva pobre que depositou o único dinheiro que tinha para o templo de Jerusalém, e foi muito elogiada e lembrada... bilhões de pessoas souberam da generosidade dela, visto que ficou registrado... quem me dera então registrar aqui meu reconhecimento de gratidão a você, meu querido pai...

Wanderson Benedito Ribeiro
Enviado por Wanderson Benedito Ribeiro em 06/06/2009
Reeditado em 06/06/2009
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