Preso

Minha Própria Prisão esta pronta pra analisar se devo ser liberto ou devo me manter ainda longe e imovel, vejo de longe e a Corte está em sessão, um veredicto será dado hoje e nenhuma Apelação sera feita a nenhum tribunal que nao seja ao que eu escolher, pois sei que eu sou senhor das minhas grades.

Em julgamento estao os meus próprios pecados, e todos sabem que são muitos, eu, eu só sei que eles julgam demais...

A minha gaiola nao tem grades ou portas, paredes ou janelas, só posso dizer que é feita de ferro, e dentro dela, divsersas vezes posso ouvir meu unico grito encher a sala, mas só eu posso me ouvir...não ha o que fazer.

Muito tempo atras eu estive de joelho, cansado e caido, ouvindo apenas as batidas de um velho coração teimoso, minha respiração, é único movimento ao redor, vejo em vultos os Demonios desordenando meus pensamentos, e vejo meu rosto num pequeno espelho sem nenhuma emoção, aguardando a minha sentença, por um segundo então, eu ergo minha cabeça mais alto escondendo o ódio que queima por dentro, e que alimenta meu próprio orgulho...todos os cativos estão me olhando como cães adestrados por donos invisiveis, eu sei que não me rendi, mas minha luta contra o mundo esta longa demais, preciso descansar...e vejo que o sol so ilumina alguns...penso que os iluminados são a imagem do pecado e enfim tenho a certeza que se for preciso mudarei o sol de posição e o farei brilhar, não em mim, mas para mim, e ao meu comando.

Nós os oprimidos estamos todos em um, nós rejeitamos os ditados enlatados, eu ouço minha voz como um trovão na distancia e vi uma visão de uma cruz, mas muitos ja lutaram, e cairam.

Desta vez, antes da sentença o leão ruge na escuridão, e só Ele tem a chave...Uma luz para me livrar do fardo e me conceder vida novamente...

Deveria ter sido morto numa manhã de Domingo, Batendo minha cabeça sem tempo para Lamentações...meu ultimo primeiro grito é que os Templários se levantem.

(Peça da Ordem Demolay - dia do julgamento de Jacques Demolay - escrita em outubro de 2005)