“PoLíTiCa” - Aos corruptos de carteirinha que assolam o nosso Brasil - o nosso grito de revolta
E depois da tempestade, virá a bonança?
Homens como Roberto Jefferson, o Dimas bíblico, o bom ladrão, caíram nas graças do eleitorado feminino. E nao é só. Um desfile de maus-caráteres, de personalidades dúbias, denuncismo, uma tempestade de revelações decepcionantes que envolvem agentes representativos da “força maior”: o povo brasileiro.
Desacreditados os nossos políticos, como trafegarão na orla pública político-partidária? Desacreditados nos sentimos, frente a nós mesmos, com a nossa falta de critério na escolha dos dirigentes ou representativos do povo ou da Nação enquanto Estado Democrático de Direito.
Se estivermos murchos, sem perspectivas, abraçando a nossa parcela de culpa, cumpre que usemos os nossos “faróis baixos”, para nos entregarmos às mais urgentes reflexões.
Constatamos a dificuldade que tais personalidades terão para se reelegerem. De onde tirarão argumentos para convencer aos seus eleitores a lhe darem “votos de confiança”? Como fazer-se acreditar? Como ser convincentes em suas palavras e intenções nas eleições de 2006?
Enquanto alguns políticos abandonam a canoa-parlamentar, vendo-a afundar, contando com a memória curta dos seus eleitores, outros permanecem, apostando na impunidade ou, até mesmo, contando com “as costas largas” daqueles que se apóiam em bolhas de sabão.
Infelizmente esses maus políticos sujaram o pesqueiro dos bons parlamentares que, graças a Deus existem e são muitos; pois muitos são aqueles que realmente nos representam, que não fazem jogo duplo com o poder que lhes repassamos.
“Apenasmente” não é fácil para ninguém separar o joio do trigo.
E fica a descrença... O inconformismo tomou conta dos brasileiros.
Abaixo a desesperança!
Vejamos as coisas por outro prisma: Se, com tanta corrupção, com tantos a lucubrarem-se com o dinheiro público, ainda assim o brasileiro é capaz de trabalhar com afinco, sorrir, sonhar, torcer, apostar em si mesmo, constituir família e ter um filho com responsabilidade, ser solidário, de agrupar-se para fazer o bem comum, então: nem tudo está perdido.
Precisamos simplesmente estar alerta. Não nos deixarmos envolver pelo ópio da política e da televisão. Livremo-nos do fanatismo religioso que nos faz uma lavagem cerebral, fazendo-nos acreditar que o importante é a nossa alma e que nos compete salvar a nossa pós-morte. Não é bem assim. Temos que lutar por uma vida digna, aprender a preservar o nosso planeta para melhor desfrutá-lo e também para que o desfrutem aqueles que nos sucederão neste imenso planeta azul. Temos que cuidar do nosso legado, daquilo que repassaremos - para que quando chegar a nossa hora final, o momento do acerto - a visita da morte-, estejamos com as nossas malas prontas e com uma rica bagagem espiritual. É a única riqueza que poderemos levar.
Vivendo bem e deixando que vivam com dignidade, nossos companheiros de jornada. Se, pelas nossas boas obras ganharmos o céu, se, pela nossa fé, trabalho e dignidade, ganharmos a vida, terá sido ótimo o que vivemos aqui.
E, sobretudo, vamos cultuar a paz! A mesma que nos deixa dormir sem sobressalto. Que nos deixa sorrir sem sarcasmo, sem fingimento. Que nos dá a sabedoria na escolha, que nos faz aceitar nossas fraquezas e limitações. Eu falo daquela paz que invade o coração e que transborda em palavras, gestos e atitude. A paz que vem da justiça aplicada e sentida em nossas vidas e que eleva os nossos ideais.
Não esta paz de faz de conta, de deixa para lá, porque estes anseios nos tornam insones. Urge lutar pela paz. Enfrentaremos uma guerra pela paz, pela verdade, pela justiça, pela equidade.
Lutaremos pela educação, pela cultura, pelos nossos direitos e pela execução firme dos nossos deveres e de nossos propósitos. Guerrearemos pela paz que começa em nosso interior e se estende pelo nosso lar, nossa rua, bairro, cidade e finalmente que abranja todo o nosso país, quiçá o mundo.
Que caiam os véus que nos escurecem o caminho, que caiam os trompetes ensurdecedores da corrupção, esta prostituição moral que nos assola e envergonha.
Nascemos para sermos felizes, para fazermos felizes àqueles que conosco coabitam no planeta terra. E o dia é hoje, é agora. O que sabemos do amanhã, senão que ele é simplesmente uma conseqüência do passado.
Não deixemos a nossa consciência mais e mais elástica. Os valores: morais, religiosos, sociais, éticos, não transmudam, não se tornam obsoletos, não desaparecem. Existe a evolução dos tempos, é inegável. Existe a tecnologia a desafiar os nossos conhecimentos, mas a verdade é inalterável apesar dos nossos enganos.
Deus prevalece. A vida, no seu continuar eterno, suceder-nos-á no tempo e no espaço.
Conclamamos aos nossos políticos a liderarem a batalha da igualdade, da justiça social e da verdadeira redemocratização do nosso país, que, afinal, é direito e dever de todos nós. Sem falsas promessas. Sem visar dinheiro e poder por poder, para vanglória e status. Que o poder seja mesmo a possibilidade de poder fazer. Poder de estar com as ferramentas necessárias para mudar o destino ruim do povo. Poder para acabar com as desigualdades. Poder de não permitir que o Estado monopolize todos os recursos, mas, que o redistribua equitativamente entre os Estados enquanto entes federativos e para todos os municípios, células vivas da Nação Brasileira. Há tamanha discrepância na distribuição de rendas - nesse item, o Brasil perde apenas para Serra Leoa, na África. No item imposto concorremos com países de primeiro mundo, por exemplo, a Suécia. Seria o caso, quem sabe, conservar os impostos no patamar que estão e fazer uma redistribuição mais justa e mais igualitária.
O aumento de salário mínimo, que eu denomino ínfimo salário, foi “impossível” reajustar, enquanto o Legislativo conseguiu facilmente um aumento, seguir-se-á, num efeito dominó, o aumento do “ganhame” do poder judiciário.
Que os nossos políticos, que nos representam ou que representem o nosso estado, tenham o poder de influírem sobre a nossa Economia, não deixando tantos poderes ao Banco Central, e se isso for inviável, que o fiscalizem. E ainda se fala em deixar o Banco Central desvinculado do Poder Executivo, isto é, liberdade total de ação: a famosa autonomia do Banco Central. A idéia é que em países de Primeiro Mundo, o Banco Central tem vida própria e que isto se constitui um bem. Eu tenho pra mim que a corrente que defende esta posição não atentou para a relatividade deste assunto. Se na outra ponta estiver um governo corrupto e sem ação pode até ser melhor tal separação, ou não. Mas terá o nosso Brasil condições para fazer tal opção? Permanecendo como está, tem-se beneficiado o povo brasileiro?
Somos a mais alta taxa de juros do mundo, dizem que é para atrair o capital estrangeiro. Apenas um capital volátil. Apenas especulação. Se houver redução de juros em até em 50% do que está em vigor, este mesmo capital especulativo ainda não arredará pé, continuará alto o seu faturamento. E, tudo isso fortalece esta impagável dívida externa. O povo já começa a acreditar que esta dívida já foi paga há muito: com os suores de nossos rostos, com o nosso sacrifício, com a fome dos nossos irmãos, com a falta de saneamento básico que traz doenças de todos os tipos – que nos causa a morte prematura, que nos faz perder a vida e a esperança de vivê-la em plenitude.
Deve-se usar o poder para modificar este estado de coisas.
O poder bem direcionado deverá servir de instrumento para o benefício de todos e não deve estar sujeito ao beneplácito de alguns, que prevaleça a consciência individual mais que a partidária, o bem comum mais importante do que os interesses individuais.
Que a EDUCAÇÃO seja a meta mais perseguida. Com a educação vem o discernimento, a saúde, a paz e a prosperidade.
E fica aqui a minha pergunta: depois de cada tempestade, de escândalos sobrepondo a escândalos, podemos, ainda, esperar a bonança sem sabor de orégano?