Meu fim?

Um coração machucado com palavras de dor, uma alma a vagar buscando consolo em rostos desconhecidos, e um medo prevalecendo como um domínio opressor...

Um grito sufocando a vontade de um agir. Uma lágrima silenciosa, rasgando o véu de um sentimento de culpa que não vem do meu eu. Uma vergonha a carregar, que não é minha por direito. Um peso a suportar, do constrangimento causado por uma confusão de espírito.

Uma incapacidade interior a clamar por justiça, vem ecoando em meu ser.

Perdoar ou não perdoar, não é a questão que vem latejando em minha mente, nem como tudo isso veio a acontecer, mas o por que de ter prevalecido... Isso sim é o que vem tomando conta de meus pensamentos.

Na escuridão em que me encontro, meus olhos nada podem contra a solidão que está a me perseguir.

Chagas pelo meu corpo, revelam o ardor de uma batalha interior.

Meu corpo paralisado, inerte a uma sepultura, clama por um socorro que jamais vou receber...

Não há mais luz para que eu possa ver, nem sonhos que eu possa sonhar, ou promessas que possam me sustentar.

Existe apenas uma esperança, uma vontade de ser, uma vontade de sentir...

Um motivo para crer que a vida vale a pena, é a única coisa que preciso, para não fazer de uma oportunidade de momento, uma razão para não mais viver.

Dessa Porto
Enviado por Dessa Porto em 22/05/2009
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