Carta de um pai-de-santo que aceitou Deus.

Eu amei o sol, eu amei a lua. Fui até numa encruzilhada pra vê o povo trabalhar; Amei a cachoeira, amei o mar, amei as forças da natureza. Mesmo assim ninguém me amou. Pus comida no pé da serra, deixei cachimbo no pé da arvore, acendi vela na pracinha, mas mesmo assim ninguém me amou.

- Deuses meus, que faço eu pra ser amado?

Já rodei milhares de lugares, encontrei varias paixões, mais um amor verdadeiro, jamais. Procurei até as mulheres que se diziam feiticeiras; mais ninguém me amou.

Chorei na pedra do justiceiro, lamentei-me nos pés de um preto velho, debrucei-me numa árvore frondosa, chamando o caboclo da tribo.

No meu choro, cada lágrima eu oferecia a uma força e a cada paixão que tive; Senti uma grande brisa envolvendo-me, como se todos os meus problemas estivessem solucionados. Pena, era apenas uma boa nova, mais que muito me alegrou. Sorri, limpei minhas lamentações e continuei amando os Deuses.

Certo dia, ao acordar, assim que levantei vi um bilhete:

– Tanto me renegastes e agora obterás o que tu tanto pediste!

Meu sorriso foi largo e extenso, saí nas ruas à procura do meu amor, e continuei amando todo o que havia de mais belo. Voltei pra casa, frustrado e sem rumo, vi outro bilhete que dizia:

– Mais tudo no meu tempo. Ame-me que eu te amarei!

Deitei-me na cama e refleti sobre isso. Será que era o Deus que todos falavam. Mais não dizem que ele é apenas um espírito igual aos que eu acredito, então como poderia deixar tal bilhete? Logo, a porta soou a batida. Olhei, era desconhecido. Tomado de medo, abri. Quando abri tamanha luz invadiu meus olhos, comecei a chorar e pude contemplar a imagem de Jesus. Sim, era Jesus, Jesus Cristo. Um bilhete ele entregou-me e foi e desapareceu na minha frente. Dizia o seguinte:

– Isso, eu sou Deus. Mando meu filho levar estes bilhetes a ti. Zelei por teu sono noite passada, zelei por teu dia, e agora zelarei por sua vida hoje e sempre. Siga-me. Não precisa esquecer-se dos seus amigos espirituais, porém siga-me e verás o quanto eu posso fazer por ti.

Com a camisa molhada de lágrimas, ajoelhei-me, e arrependi-me; conversei com Deus como se ele estivesse na minha frente. Disse a ele que o amava mais que não acreditava, mais agora acredito; pedi perdão a Ele pela minha incredulidade, disse também que ninguém era perfeito e por isso pedi perdão e que faria de tudo pra não mais cair no erro.

Segui no meu caminho, adorando meus Deuses, mais em primeiro lugar a Deus, criador de todo universo. Depois que entreguei minha vida a Ele, encontrei meu amor. Hoje sou feliz. Continuo adorando os amigos espirituais, mais seguidor fiel de Deus. Deus, eu te amo muito. Agradeço-te por tudo que fizeste em minha vida. Eu te amo muito Deus.

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Isso foi uma carta encontrada nos pés da cama de um senhor que havia tido um infarto. Ele era um pai-de-santo, e buscava incessantemente um amor, mais ninguém poderia saber que ele acreditava em Deus, se não os consulentes de seu centro iriam se retirar do recinto. Durante as reuniões, há quem diga que às vezes ele ajoelhava-se. Muitos não entendiam, mais com certeza, era o momento que ele chegava a Deus.