Estás bem?
Amor tão querido,
Ainda agora penso em ti e sou capaz de jurar que ouvi tua voz segredando-me baixinho que só podia ser assim. Algumas pessoas falam de si para si como se lhes fosse natural. Eu talvez seja uma dessas almas que metem o coração a falar sozinho e jura ouvir outro em resposta.
São fatos de minha vida (não sei como te dizer sem te parecer a mim tão doído), dessa que restou após tua saída definitiva de meus olhos. Hás de ver a falta do sorriso nas linhas escritas. Mal as traço! Na verdade, eu escrevo para mim mesma. Só uma pergunta faço: “Tu estás bem?”
E uma voz conjectura (amiga de minha saudade) que sentes a minha falta. Dói muito... quando esvoaça o pensar nas noites em que estive contigo. Dói muito... quando o peito consome a esperança de ser feliz.
Que loucura! Eu sonhava perder a alma em teus braços. Solver de tua boca o prazer do amor. Imaginei teus olhos negros presos aos meus murmurando: ”Quero-te também assim... loucamente!” E se pensei em enlouquecer foi de amor... de tanto te amar.
Mas os sonhos são loucos... Perdoa com tua alma pura outra que só não vai à loucura porque retém na imagem algumas palavras tuas, sussurradas nas horas em que conversavam nossos corações...
Recorda no silêncio de tua voz de um alguém que guarda dentro d’alma esse segredo de amor. E o mundo fora dela é teu nome. E não te esqueças... de ti cuidar.
... Então, deixo o meu beijo...