CARTA DE UM (DES)NAMORADO (Meu primeiro dia dos namorados sem você, sem pizza e sem nada.)
Carta de um (des )namorado
Senador Canedo, 12 de junho de 2007.
À inesquecível Luz(i)vânia,
Minha querida, outrora esposa enamorada, hoje tive um sonho de cachorro! No sonho, contava-me seu pai que "o cãozinho da casa só tinha olhos para uma pessoa: sua filhinha. Ele a seguia por toda parte. E havia amor mútuo entre eles. A família não podia levar o animal consigo para o novo apartamento, que acabara de comprar, e assim, deu-lho, à família de um parente próximo. Um mês mais tarde, o cãozinho estava morto. Ele não mostrava nenhum sinal de enfermidade. O veterinário disse que ele morrera de quebrantamento de coração. Sentiu falta de sua amável dona".
A verdade é que não existe resultado mais funesto do que um coração quebrantado, seja o coração de um animal, ou seja, de um ser humano. Ainda nesse sonho, ouvi de um Pastor evangélico, que me disse:
— "Mais de uma vez, em minhas atividades missionárias, tenho ouvido a respeito de pessoas que perderam a vontade de viver, e pouco tempo depois estavam mortas, não por alguma enfermidade, mas por que o coração fora partido".
Isso é uma tragédia; contudo, é quase de arrebentar o coração de quem passa o dia dos namorados no buraco negro da solidão. Poder-se-ia pensar que “quando Deus te desenhou Ele tava namorando”, mas ao lado, as hostes angelicais estivessem tristes quando previam um coração quebrantado e, normalmente assim, seria o meu.
Agora lhe falo de cadeira cativa, sou o Cristo de sua cruz, clamando ao Pai por vida, porque as marcas ficaram em aberto, como os buracos de pregos que já não estão mais ali. Um cravo é uma coisa muito simples. Pode ser feito de ferro, de aço ou galvanizado. Pode ser também de madeira. Mas é muito importante! Lembra-nos da história de que por falta de um cravo, perdeu-se a ferradura, perdeu-se o cavalo, perdeu-se o cavaleiro, perdeu-se a batalha, até que finalmente todo o reino foi perdido, porque se perdera um cravo.
Cravos, ou pregos, usam-se em construções. Eles mantêm firme a estrutura, unindo as partes componentes, e estas unidas permanecem enquanto os cravos ou pregos estiverem ali. Removam-se esses fixadores e a estrutura entra em colapso. Deus uniu os casais por meio de cravos. Não é difícil concluir que esses cravos sejam os atributos sentimentais. Eles iluminam-lhes os olhos, reacendem-lhes no coração, e a chama dá vontade de viver.
Minha querida, ajude-me a reformar a estrutura de nosso relacionamento, restituindo-lhe os cravos necessários e, então, viva e permita-me a viver.
Feliz dia dos namorados do seu desnamorado.
Claudeci Ferreira de Andrade