Iara...

Venho dizer-te amor, que já não me tenho como mera criatura.Ganhou sentido a vida que outrora vagava pelo mundo a buscar o sopro que lhe faltara.A dor de não ter amado sucumbiu ao doce prazer de tua presença ausente.

Cruel e insensível mar que nos separa, sem coração é este que nos priva de um abraço caloroso e um beijo apaixonado.

Quantas foram as noites que passei junto a ti e ao mesmo tempo separado, a sonhar com um olhar que brilha apenas através do frio cristal líquido, olhar que limita-se ao momento em que foste tirada a fotografia que me traz o teu rosto.

Noites que falamos sobre planos futuros e que planejamos nossas vidas a dois, numa prisão sem muros que delimita o espaço entre nossos corações, uma prisão que me priva do toque de teus dedos e do doce som de sua voz.

Ao Deus que sempre cri peço perdão, e suplico que a ti me traga sem demoras, pois a dor de ter te e não tocar te é infame, e meus dias se encurtam por não sentir tua presença.

Mas não, não me permitirei chegar a loucura, pois em mim tenho a esperança de logo em breve tocar teu rosto, e sentir o mel adocicado de teus lábios, enquanto aprecio seus amendoados olhos que um dia me tomaram por escravo.

Sim, sou escravo de tua beleza, escravo de teu coração, escravo de teu amor que me alimenta e me faz sentir mais uma vez vivo.E quando encaro teu sorriso nas imagens límpidas que me enviaste, sinto nele uma suave brisa que me transporta aos teus pés, e me faz sentir o calor de teu corpo.

Viajo em sonhos e devaneios, numa clausura que me prende a tua devoção, e presto tributo a tua beleza que me envolve e me encanta constantemente.

Há!Como queria estar ao teu lado em teu despertar, fitando teu rosto claro a produzir o primeiro sorriso de teu dia, e teus olhos se abrindo e brilhando quando fitam meu rosto junto ao teu.Como queria estar a teu lado no nascer do sol, para ver com ele nascer mais uma vez nosso amor sincero.

Como queria mil vezes ao dia pronunciar teu nome, Iara, e gritar ao mundo o nome daquela que mandas em minha vida, Iara, e declarar num grito aos quatro cantos o nome daquela que um dia me apaixonei e durante uma vida amei, IARA!

E se existisse um idioma divino usá-lo ia para definir meu amor, pois essas medíocres palavras não definem tua beleza com precisão, nem o amor imenso que abita meu coração e o teu.

Se mil vezes dissesses que não me amava, mil vezes cortarias em pedaços meu coração, pois não suportaria a dor de perder-te, e morreria se me fosse negado apenas um beijo teu.Ai de mim amor se me for privado o brilho de teus olhos, o calor de teus abraços, as batidas de teu coração.Seria melhor que a este mundo não tivesse vindo!Seria melhor que de mim tivesse sido roubada a alma!

Fazem-se medíocres as palavras eu te amo, pois o que sinto por ti amor é quase sobre-humano, assim é antes de te ter em meus braços, e como será quando tocares teu rosto?

Posso morrer de amores por ti ao fitar teus olhos, mas não temo mal algum, pois antes de meu fim terei visto aquela que deu-me sentido a vida, que fez bater meu coração, que inspirou-me a ser poeta apaixonado, e trouxe a luz que iluminou meus pensamentos de amores guardados.

Agora compreendo porque tanto tempo meu amor permanecera adormecido em lágrimas, é porque a ti esperava sem demora, na certeza de que tu eras dona dele por completo.

Ao final desta carta amor, tenha certeza de que meu coração só por ti está batendo, até o momento que desejes o contrário.

J Neves
Enviado por J Neves em 10/05/2009
Código do texto: T1585462
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