Consumismo na terceira idade
Meu amor, dizem que sou consumista! Estou chocada... Sempre pensei que eu era doida, mas consumista não...
Disseram que eu gasto muito e com coisas inúteis. Estou me sentindo na pele de uma pessoa bipolar! Acho que sou mesmo bipolar: eu barganho na feira (xepa mesmo), mas não consigo deixar de comprar os perfumes que me trazem à memória aquilo que me estimula a viver.
Hoje eu penso entre ter algo para o futuro e algo pra agora. Pondero, peso e balanço. Na balança da vida, eu tendo por ela, e não pelo futuro, que pode não existir.
A conta foi paga, meu querido, mas antes disso passei no mercadinho para comprar pão italiano com recheio. O vinho de duas décadas teve que vir como complemento... Itália sem vinho é que nem nariz sem meleca, né?
Fofinho, dizem que eu gasto demais... Aquela lingerie azul brilhante, que cheira a amaciante, custou realmente uma nota. Aperta aqui e ali, mas é tão linda quando jogada no chão... Eu precisava tê-la, entende?
Meu amado, eles reclamam que eu preciso economizar! Eu economizo, sim! Economizo no tempo que me resta, pois até agora eu o deixei escoar em eternas desesperanças. Hoje eu compro aquilo que não me deram de graça e eu merecia...
Os jovens acham que os coroas precisam dar o exemplo. Então vou dar! Minha grana não serve tão melhor pra ninguém quanto pra mim! Ninguém me deu nada até hoje, não de graça, sem uma troca. Hoje eu me dou, e só pra mim, pra ninguém mais, nem pra você, aquilo que eu devia ter tido, servido a mim de bandeja.
Amorzinho, traga o DVD sexy que eu to aqui ensaiadinha para a dança do ventre que o professor ensinou - a luz indireta esconderá meus defeitos...
Teus remédios estão no criado mudo. Mudos estão nossos desejos - e criados, nossos sonhos.
Vamos morrer um ao lado do outro. As prestações? Os descendentes pagam...
Meu amor, dizem que sou consumista! Estou chocada... Sempre pensei que eu era doida, mas consumista não...
Disseram que eu gasto muito e com coisas inúteis. Estou me sentindo na pele de uma pessoa bipolar! Acho que sou mesmo bipolar: eu barganho na feira (xepa mesmo), mas não consigo deixar de comprar os perfumes que me trazem à memória aquilo que me estimula a viver.
Hoje eu penso entre ter algo para o futuro e algo pra agora. Pondero, peso e balanço. Na balança da vida, eu tendo por ela, e não pelo futuro, que pode não existir.
A conta foi paga, meu querido, mas antes disso passei no mercadinho para comprar pão italiano com recheio. O vinho de duas décadas teve que vir como complemento... Itália sem vinho é que nem nariz sem meleca, né?
Fofinho, dizem que eu gasto demais... Aquela lingerie azul brilhante, que cheira a amaciante, custou realmente uma nota. Aperta aqui e ali, mas é tão linda quando jogada no chão... Eu precisava tê-la, entende?
Meu amado, eles reclamam que eu preciso economizar! Eu economizo, sim! Economizo no tempo que me resta, pois até agora eu o deixei escoar em eternas desesperanças. Hoje eu compro aquilo que não me deram de graça e eu merecia...
Os jovens acham que os coroas precisam dar o exemplo. Então vou dar! Minha grana não serve tão melhor pra ninguém quanto pra mim! Ninguém me deu nada até hoje, não de graça, sem uma troca. Hoje eu me dou, e só pra mim, pra ninguém mais, nem pra você, aquilo que eu devia ter tido, servido a mim de bandeja.
Amorzinho, traga o DVD sexy que eu to aqui ensaiadinha para a dança do ventre que o professor ensinou - a luz indireta esconderá meus defeitos...
Teus remédios estão no criado mudo. Mudos estão nossos desejos - e criados, nossos sonhos.
Vamos morrer um ao lado do outro. As prestações? Os descendentes pagam...